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SonhoS

Esta semana comecei a anotar os sonhos. Curioso que quando você age nesse sentido, ai é que os sonhos são esquecidos. Desaparecem no instante que nos demos conta de que acordamos. Há sonhos de todo tipo; quero falar aqui dos sonhos que temos de olhos aberto, bem acordado. Esses, quando esquecidos, causam um abismo de nadas, de coisas nenhuma, de falta de sentidos. Uma sensação de descer do ônibus com ele em movimento, ou de nem ao menos ter embarcado. A ausência desse tipo de sonho desmotiva, desestimula, agonia e faz a pessoa desistir de tudo. Algo como fechado para balanço, só que não tem balanço, nada se move, tudo intrigantemente quieto e estacionado. É nesse momento que indagamos o por que de que coisas em que acreditamos chega ao fim. Projetos, relacionamentos, tudo não passa de um breve rasgo no tempo. A sensação de felicidade é menos do que supomos existir, que de fato, não é deste mundo. Mas, por menor que seja sempre deixa uma saudade imensa. Os dias passam, ou melhor, se arrastam. Que coisa estranha. Há quem diga que é falta de Deus, ausência de amor próprio, isso com certeza; mas, isso tem um nome, chama-se depressão. É tão antigo quanto a luz. É preciso voltar a sonhar urgentemente. Abrir os grilhões intrincados do peito, rasgar se preciso, dar vazão a essa angústia que solapa nossa capacidade de discernir a própria condição. Urge o recomeço, a retomada, o primeiro passo literalmente precisa ser dado. É nesses pequenos rasgos do também tempo, só que de ressurgimento, de soerguimento, esforço inaudito, uma gota qualquer de ânimo terá sido o start para um recomeço. Novo sonho, nova esperança, isso propicia a novas expectativas, também o medo de novas decepções, mas, o que é viver? Um eterno sonhar para uns e os sonhos um eterno viver para outros.
LuizcomZ
Enviado por LuizcomZ em 13/07/2015


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