Meu Diário
24/07/2017 10h09
Poema do ão

Quando oiei a terra ardendu, num era quar fugueira di são joão,

era parte de rondonha se agastandu pelo chão.

As queimadas quando vista lá de cima, à noite, no avião

chegando à Porto Velho é de partir o coração.

Tem jeito mesmo não, os políticos de plantão se locupletam de montão.

É a tal ganância que os levam de antão, venha a nós a eles não.

Nós, são eles, eles, somos nós.

A beleza de se ver é a imensidão verde sobresaindo na escuridão;

o arvoredo espalhado e somente cortado pelo Madeira, Jamari e o Negão.

Há uma compensação, o mesmo que dá, pede de volta, né não?

Pois então, vão se ver lá adiante com o Criador, que é o mesmo do sertão

e o mesmo desta vasta imensidão.


Publicado por LuizcomZ em 24/07/2017 às 10h09
 
20/07/2017 04h15
ALMIR

Morgado, Almir Morgado!

 

Nesta terça feira, 18 de Julho, estive na casa do meu irmão e companheiro de jornada, Almir. Figuraça! Rimos muito. Aliás, o riso é sua marca registrada. Sua gargalhada é simplesmente impagável. É um arrasa quarteirão.

Conheci o Almir no ano de 2005 mais ou menos. Ele era o encarregado pela sopa do Irmão Jacó, às sextas feiras. Filas enormes se formavam após os trabalhos de evangelização, doutrina e aconselhamentos no centro.

Ficamos alguns anos sem nos encontrar, mas sua missão em servir ao próximo o levou ao Carminha, anexo ao LEAL, uma casa de idosos onde entre outras atividades, ele vinha cuidando juntamente com outros trabalhadores, o famoso Yakissoba do LEAL. Mais uma vez no comando da cozinha. Sua sina.

Carioca do Meier, criado em Mesquita, vascaíno de coração. Casado com dona Graça, a quem ele apresenta vez por outra de "Gracinha". Tem uma paixão pela leitura, se dedica ao estudo da doutrina que escolheu como fonte inspiradora de renovação íntima e sempre disposto a ir onde o dedo de Deus aponta.

 Mas, como ele mesmo faz questão de dizer, não é nenhum santo, longe disso, acha até que tem o estopim curto, Modesto.

Certa vez, estava eu numa espécie de pedágio, reivindicando melhorias para a rua lateral da BR saída para Cuiabá, próximo à rua 2¹/² isso mesmo, (dois e meio), ele e a Graça estavam vindo na fila de carros que eram liberados um a um depois de ouvir aquele blá, blá, blá de histórias que acabaram dando em nada, tanto governo quanto prefeitura não fizeram nada e deram menos bola ainda. Quando ele passou por mi, dava pra ver a cara de poucos amigos que ele estava. Com olhar fixo e vidrado no carro logo à frente tentando ultrapassar, acenei com a mão e o saudei pelo nome, a Graça percebeu e me reconheceu, ele muito puto, fez um gesto com o braço na minha direção, sem tirar os olhos da pista e xingou alguma coisa que de cristão não tinha nada. Achei muito engraçado, me desmanchei de rir e certo de que a Graça havia me reconhecido, saiu xingando esbaforido.

É dessas criaturas que você fica escutando horas e horas e não vê o tempo passar. Desenvolve um trabalho voluntário na ala de psiquiatria do Hospital de Base, há mais de 10 anos aos domingos, escuta, escuta, escuta, e escuta. Quando tem oportunidade, e sempre surge, fala, fala, fala... e fala. A doação é um mister de sua personalidade.

Pai de três filhos, duas formadas, a Larice é médica e a Isabele, advogada, ambas moram fora do estado. O Menino, Kayo,  ainda mora com eles, faz Educação Física.

 


Publicado por LuizcomZ em 20/07/2017 às 04h15
 
17/07/2017 16h54
Box da Conceição Mercado KM1

Este é o box da Conceição no Mercado do 1.


Já expliquei aqui mesmo neste blog em texto anterior, o significado de “do 1”Vivendo de Inhapa
Ali se tem o que é de tradicional na culinária portovelhense, sobretudo, no café da manhã. Tapióca, cuscuz, curau, coisas do norte que o nordeste também colaborou com sua migração para essas bandas. Tem também o jeitinho Conceição de atender, cada box tem o seu, questão de preferência, gosto não se discute, contempla-se. Volta e meia surge um conhecido, amigo, alguém que não se via a tempos.

Mercado municipal é assim, popular e agregador.Não pode faltar a pimenta de especiarias.

Esse é o cartão postal, literalmente postado na parede do mercado.
A Correria
Tudo parece descontrolado, um sistema de transito completamente sem nexo, direção é a que o cliente pede, vira daqui, desvia dali e a vida segue num ritimo energizado e certeiro.

 


Publicado por LuizcomZ em 17/07/2017 às 16h54
 
12/07/2017 09h01
Caminhando e cantando e seguindo a manhã...

Cheguei mais tarde à pista de caminhada que demanda ao aeroporto de Porto Velho. Porém, o astro rei ainda não tinha se mostrado por inteiro. O bom deste lugar é a cor do céu, azul de um sem igual. A brisa é reconstrutora e perfumada pela mata amazônica que envolve todo o trajeto. Porto Velho tem seus encantos.

No instante em que ele surge, as vistas se confundem, as meninas marejam e o calor domina a cena.

Bom caminhar e respirar logo cedo, rever alguns amigos, Paulo da Panificadora Estrela do Norte e Mr. Gordon, conselheiro Núcleo São Miguel.

Ótima quarta-feira, excelente dia!

 


Publicado por LuizcomZ em 12/07/2017 às 09h01
 
11/07/2017 15h45
Vivendo de Nhapa!

Revendo Amigos

 

O bom de retornar às cidades que morávamos, de tempos em tempos, é poder ser surpreendido pelo reencontro com amigos, conhecidos, parentes, enfim, gente.

E melhor ainda quando é uma pessoa querida, alegre, está sempre trazendo novidades ou nos fazendo lembrar de coisas, causos e palavras por nós esquecidas.

Na manhã de terça feira, 11/07, após a caminhada na pista¹, Eric e eu fomos até ao Mercado do 1. Tem esse nome por ser o KM 1 do que provavelmente já foi a saída de Porto Velho sentido sul do país. Na barraca da Conceição, (saudades do vozeirão do Cauby), uma tapioca de responsa, massa grossa e macia, carne, ovo e queijo. Dez! Um café preto sem açúcar, olho para o lado à minha frente, quem vejo? Fui até ele e disse “- Se não é ele é irmão dele!”, mais que depressa, instantaneamente ao final da frase ele emendou, “- Sou eu!”. Léo Ladeia.

Falamos de um tudo. Menos maldizer de quem quer que seja. Embora, tem uma penca de políticos que merece um tratamento especial, tipo sexta-feira da paixão, aquele boneco que penduram nos postes e dê-lhe peia. Me fez lembrar um tanto de ditados populares, daqui e de outros estados. Lembrando a ele uma patologia crônica que me acometeu, e quando o médico me examinou disse que eu estava no Bico do Corvo, ele logo enriqueceu a conversa, “- Se fosse aqui, você estaria na Pica do Saci. Verdade. Mas se não bastasse, lembrou-se de um ainda mais antigo e do qual havia me esquecido, “- Você tá vivendo de nhapa²”. Isso tudo porque sou igual a uma seriguela, por fora vermelhinha e bonitinha, por dentro cheia de tapuru³. Se não fizer a reposição hormonal diária, eu disse diária, nada funciona.

Por seu turno, Léo mostrou-se preocupado com resultados de exames médicos, não propriamente com o exame ou o resultado, mas com uma luz amarela muito comum de acender em momentos semelhantes. Contou que está mais introspectivo nestes últimos dias, uma questão de foro íntimo, reflexivo, analítico em relação ao sentido da vida e dos acontecimentos. Relaxa meu caro, ainda espero lhe ver na rua 1900, na areia branca de Itapoá, tomando uma gelada e de pés descalço, só angariando energias da Rainha da Pedra Mar.

Bom te ver!

 

¹ Pista – Espaço da Av. Jorge Teixeira entre Hospital de Base e Aeroporto. Fica fechado pela manhã, das 5 às 9 ou 10h, de domingo a domingo no sentido de quem vem do Aeroporto, para que a população possa caminha, pedalar, surfar no skate, entre outras.

² Nhapa – Viver de sobras, migalhas, daquilo que se ganha. No jogo de Bolitas, aqui conhecido como peteca, as bolinhas de gude, quando o sujeito ganha todas as bolitas do adversário, ele dá algumas para que o jogo continue.

³ Tapuru – Coró, bicho, vermes.


Publicado por LuizcomZ em 11/07/2017 às 15h45



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