Meu Diário
13/11/2018 15h49
O livro dos amigos e conhecidos - #2

Dani
Um aperto de mão vigoroso. Não fosse pela feminilidade explícita em formas e gestos, diria tratar-se de um estivador, tal a força que impõe às mãos de quem a cumprimenta. O sorriso sempre disponivel e escancarado esconde um passado nada pueril. Desde muito cedo, dos 4 aos 12 ou 14 anos, sofreu constantes abusos sexuais. Todos de pessoas próximas e ligadas à mãe. Eram os namorados, padrastos, irmãos da igreja e os pastores, sim, no plural. Ímpios em pele de cordeiros. Sabedores que a mãe não tinha o devido cuidado com a filha e ainda fazia vistas grossas, sua casa era uma via sacra da pedofilia. Até se dar conta de que aquelas 'visitas' eram anormais, isso só foi ficando claro quando passou a participar de grupos com crianças de mesma idade e que não tinham tido as mesmas experiência que ela frequentemente se deparava, notou que para essas crianças, o assunto era proibido e as mães alertavam para que todo tipo de assédio ou investida, fossem relatadas de imediato a uma pessoa adulta, preferencialmente, mãe e pai. Passou então a indagar da mãe,  que, como na maioria de casos como esses, preferem achar que os filhos fantasiam "pequenos agrados" dos adultos. Isso fez procurar ajuda na única forma que veio à sua mente, antecipar precocemente a maturidade e maioridade. O primeiro namorado, aos 16 anos, que compreendeu e se propôs a ajudá-la, saiu de casa e foi morar com o que hoje, é seu atual companheiro e marido. A compreensão e apoio do companheiro foram fundamentais para um novo ciclo em sua vida. Hoje, com a vida normalizada, frequenta uma igreja em que se prioriza os estudos com fé raciocinada, tem compaixão da mãe e não guarde mágoa ou ressentimento do passado recente.
A dor é mestre no aprendizado. É preciso que haja o atrito, sem o qual, não há impulso ou ascensão. É preciso superar as crises para que se possa crescer.
Jorge Angel Livraga, fundador da Escola de Filosofia Nova Acrópole,  apregoava que, para se atingir um novo ponto, preciso é que se deixe o antigo.


Publicado por LuizcomZ em 13/11/2018 às 15h49
 
12/11/2018 01h19
O livro dos amigos e conhecidos - #1

Marta

Profissional de serviços gerais, uma maneira politicamente correto de se referir aos faxineiros nas empresas. A faxina e limpeza fica por sua conta. Cumpre dois horários para coincidir com o horário de maior movimento na área de atendimento. Como a vida lhe cobrou um preço alto no quesito família, foi por isso mesmo mais judiada no aspecto físico. Sua aparência denota mais idade que a fisiológica, certamente pelos dias vividos na contramão da normalidade. Separada do marido há 17 anos, justamente quando mais precisava dele, ficou com 10, dos 13 filhos, sendo que o mais velho contava com apenas 16 anos e o caçula com um ano apenas, se viu só e abandonada na difícil tarefa de criar e proteger uma família enorme. Hoje, Daniel mora e trabalha em Joinville. Dani, como é chamado, tem dos irmãos um profundo respeito e consideração pelo que fez para ajudar a mãe a criar os irmãos. Marta conta que, ainda de menor, já trabalhava como auxiliar numa construtora, ajudante de obras, e que certo dia o patrão veio até sua casa para saber porque o ajudante não havia ido ao trabalho, Marta, então, disse que o filho não iria trabalhar porque ela não tinha nada para fazer de almoço e que não deixaria o filho passar fome, e, menos ainda, desmaiar por falta de comida. Sabendo disso, o patrão proveu a situação antecipando a quinzena para que Marta pudesse abastecer sua dispensa. Todo o dinheiro que Dani recebia era dado para Marta. Para ele, separava apenas R$10,00, que se dava ao luxo de jogar vídeo game em uma locadora próximo à sua casa, e somente nos finais de semana. Dos 13 filhos, três morreram ainda bebês, criou todos com dedicação e os tem todos bem, sem envolvimento com drogas, justiça ou qualquer outra contravenção. Sempre teve a preocupação de saber o que estavam fazendo e com quem se relacionavam. Hoje tem uma vida atribulada como qualquer trabalhador e mãe, porém, tem a consciência tranquila, vive bem, está mais fortalecida e feliz. O filho mais velho, ainda solteiro, é uma benção para a família e motivo de alegria quando está com ela e os irmãos. Isso mostra que a vida é feita de escolhas, que a escolha certa, mesmo não sendo o caminho mais fácil, é o caminho reto, do compromisso com a missão que Deus espera à quem Ele destinou seus filhos para que nós,  como co-criadores e fiéis depositários de sua obra mais valiosa, sejamos cumpridores de mantê-los no caminho do bem e na evolução constante à morada do Pai.


Publicado por LuizcomZ em 12/11/2018 às 01h19
 
31/10/2018 15h19
De Ponta Porã para o mar de Itapoá.

Maré e ressaca levaram nossa rampa.

 

Uma caminhada na praia em frente do Kyoski, e já se percebe o avanço das águas. Quem tomou o espaço de quem?

A Maré derrubou nossa Rampa Veja o vídeo

Quem chegou primeiro? O homem ou a natureza? Respondendo essa pergunta fica fácil entender o avanço das águas sobre o continente 

Quando eu nasci, no longínquo ano de 1958, a pequena cidade onde cresci os primeiros anos da infância, era um pontinho no mapa, bem menos que 5 ou 8 mil habitantes, isso é o que eu pensaria se alguém me perguntasse.

Av. Brasil - década de 1970 - Ponta Porã-MS

Na verdade a cidade de Ponta Porã, no antigo Estado de Mato Grosso, hoje, Mato Grosso do Sul, se resumia a pouco mais de 15 mil habitantes (há necessidade de comprovação), no entanto, no período entre 1943 a 1946, foi capital do extinto Território Federal de mesmo nome. Teve sua importância, portanto. Já eu, não tinha a noção de que a água que me serviu os primeiros goles do tereré, bebida que vem ser hoje o símbolo de seu perfil, um dos, há outros adjetivos, essa água, nunca suspeitei, seria uma mísera gota num oceano imenso que viria a conhecer mais tarde, e que hoje tenho como sendo o quintal de casa, literalmente.

Afinal, quanta água passou por baixo dessa ponte? Só sei que, se quando cheguei a este mundo, esse mundaréu de água já estava aqui, é certo que nós em Itapoá-SC, invadimos um espaço que não nos cabia. Veja o que vem acontecendo com Balneário Camboriú, Meia Praia, Itapema, para citar algumas. Queremos estar de frente para o mar, se possível dentro dele, cada vez mais nossos concretos tentam empurrá-lo para dentro de si, como se isso fosse possível. Quando acontece de suas águas invadirem nosso espaço, nos impacientamos e o maldizemos. Suas marolas, suas ondas, seu vai vem é cada vez mais, vem do que vai. Bom, se o homem soubesse que se fosse para vivermos n’água, teríamos nascidos com nadadeiras, e não pés. É melhor prestar atenção no nível, a cada ano ele sobe mais. Voltemos nossas vistas para o campo, a colônia pode ser a única saída em poucos anos. Exagero? Assim se pensava de tantas cidades e países que hoje estão abaixo do nível do mar.

Mas que é uma belezura de imensidão esse tar de mar, ah! isso é.


Publicado por LuizcomZ em 31/10/2018 às 15h19
 
29/10/2018 07h03
Uma esperança!

Certamente este será um novo ciclo, o que há de vir só o tempo dirá, no entanto, sabemos que, ainda que pela incerteza do que possa vir e passe pela cabeça do novo comandante deste país, temos a certeza de que teremos a ignomínia e falsidade longe de nossas crianças e dos homens de bem que anseiam por dias melhores para o nosso Brasil.


Publicado por LuizcomZ em 29/10/2018 às 07h03
 
19/10/2018 18h31
Pitanga na Primavera

Pegar no pé e chupar...

Sabe aquela coisa de pegar a fruta no pé e chupar sem a preocupação de bichinho, agrotóxico e sujeira, ainda mais depois da chuva? Pois é, hoje o dia começou assim. Uma das coisas que muitos hoje em dia, e põe muitos nisso, não sabem o que é. Sou agradecido a Deus por ter a disposição tal  privilégio.

Pitanga na Primavera Assista o vídeo e de um like.

Só comer, uma delícia!


Publicado por LuizcomZ em 19/10/2018 às 18h31



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