Míriam e Dani
Hoje, 17 de dezembro, recebemos a visita das meninas da Maykon, foram conhecer o KyoskY LuizcomZ. Foi servido um Spresso aromatizado com chocolate e hortelã, acompanhado de um bolo low carb de Coco, Quinoa e Açucar Mascavo, zero lactose e zero glúten, além da já bem conhecida Chipa Paraguaia.
Os Ferreiras
Neste domingo, 16 de dezembro, abri de forma experimental após as 15h00 o Kyosky LuizcomZ, meu espaço gastronômico na praia da 1600 entre as ruas 1580 com 1590, em Itapoá SC. Como o espaço estava aberto, minha função era de concluir alguns retoques nas questões elétricas e funcionais do quiosque, sem a pretensão de receber clientes, esta família simpaticíssima e bem humorada surgiu para aproveitar o fim de tarde e o por do sol que neste pedaço de Itapoá é simplesmente maravilhoso. Juntos na foto de capa estão, Aline, José, com a filha Giovanna, do alto dos seus 1 ano e 6 meses, além de Ana Carolina, cunhada e o Lucas, concunhado.
Olha a Giovanna fazendo pose para a foto.
É bom lembrar que o casal vem ser os primeiros clientes do KyoskY, que fique o registro.
Tamara
Dia desses minha amiga me falou que Itapoá era um lugar estranho e que as pessoas não eram amigas de ninguém uma das outras, que está se sentindo cada vez mais só.
O que dizer numa hora dessas? Penso que, convivemos com reveses e ferimentos. Tanto ferimos, quanto somos feridos. Quando percebemos, independente da idade, que temos mais daquilo que merecemos do que desfrutamos da vida, que olhando para os lados somos ainda muito mais felizes e melhores que muitos que nos rodeiam, essa noção da realidade que vivenciamos é de tal forma importante que precisa ser melhor apreciada e examinada. É quando temos que olhar para dentro e seguir em frente. Quanto mais dentro, mais fora. O íntimo, nosso profundo quando bem analisado, nos leva para fora. Fora da auto-piedade, fora do alcance das intrigas, do falso, da inveja, das lamentações, sobretudo. Então, siga adiante. Ao invés de desistir, pare, respire, descanse e continue. Não abra mão de você. Já que todos sofrem, todos vivem, em dado momento, percebemos que algo está fora do contexto, deslocado, errado. Então, nos pegamos falando sozinho, cantando fora do chuveiro. Mesmo que sua noite passada foi ímpar em tudo, solitária, desprotegida e comprida, não desista. Não é pelos tombos e sim pelas vezes que levantamos. Todos nós caímos, nos desencantamos, nos decepcionamos, só que isso não é exclusividade sua. Estou falando sua, para nós, humanos, sensíveis, solidários, os que se importam. Procure por alguém, peça ajuda, lembra-te, pedis e obtereis, procurais e achareis, batei e abrir-se-vos-a! não estamos sós nessa vida. Por mais longa que possa ser a noite, pratique a meditação, respiração, ore, pois o sol estará à disposição dos fortes e valentes, dos que acreditam e querem seguir adiante. Afinal, você se esqueceu que tem muitos amigos em casa, toma um mate com o Billy, chama o Paco para conversar, te garanto que eles lhe darão a maior e melhor atenção que ninguém poderá dar. Não perca seu norte, nem deixe de crer. Acredite sempre!
Rose, diarista solidária.
Nas demais regiões do país, citarei três das quatro em que tive o privilégio de morar, o convívio se mostrou completamente diferente, sobretudo na questão do relacionamento, do acesso às pessoas, do contato propriamente, aquela coisa do "se dar". Dar ao outro a oportunidade de "se chegar", de ser recebido pelos autóctones. Destacaria apenas duas situações para o que se pretende explicar. A primeira é sobre a recepção, a acolhida. Nesse quesito a região Norte é imbatível. No que concerne à trabalho, porque em todas as regiões se trabalha e muito, mas o trabalho como forma de prazer, sentido bíblico, Gn 3:19, sem o constrangimento da exposição, esse, a região Sul é campeã. Não se trabalha só para ganhar o pão, menos ainda acumular riquezas, falo de pessoas comuns, entenda por comum aquele que dista da minoria que visa o lucro e a ostentação, prática em todos os lugares onde a mão do homem labora. Falo dos comuns que buscam no trabalho a sua independência, sua realização como cidadão economicamente ativo e útil. Rose é uma dessas muitas diaristas e pessoas que conheci e ainda hei de conhecer. Tem por seu trabalho a satisfação e esmero no que faz. Cuida do bem alheio como sendo o seu. Vai além do que lhe caberia realizar. Além do trabalho como diarista, ainda tem atividades que dá alívio aos que padecem de problemas aparentemente simplórios, como unha encravada, é podóloga, é ouvinte, é humana. Soube recentemente que vem se tratando de um câncer e que por conta disso tem feito quimioterapias, vai a Joinville algumas vezes por semana, mesmo voltando enjoada e depauperada, mantém sua rotina sem o lamentar dos ingratos. Essa condição ficou evidente quando me deparei com ela e ficamos frente à frente notando sua perda acentuada de peso e olhar cansado, porém, o sorriso e a determinação continuam os mesmos. Não bastando isso tudo, ainda se mostra desapegada e solidária para com suas posses. Sem que me lembrasse, há dias comentei o fato de que precisava limpar o limo e o bolor do piso do quiosque para a inauguração, passados uns dias, ela vem a minha casa trazer a máquina de pressão a água, Vap, como é conhecido, equipamento de uso profissional e pessoal. Solidariedade é isso.
Vitória
Recordo-me de que ela tinha para comigo um carinho especial, talvez pelo fato de morar muito próximo e viver enfiado na casa dela, ou porque havia de fato uma empatia muito grande entre nós dois, ela concedia a mim coisas e benesses que a nenhum outro neto eram dadas. Minha avó paterna tinha um olhar meigo e o sorriso suave, quase que um leve afrouxar da musculatura facial, algo singelo, porém, emblemático. Era com esse sorriso suave que me recebia, um sorriso de vó. Mesmo quando eu pegava as samambaias enormes segurando numa das pontas e com o indicador e o dedão, numa velocidade constante deslizava de cima à baixo para ver e sentir o estalar miúdo de suas folhas se desgrudando do talo fazendo um amontoado na beira do xaxim, ainda assim ela não conseguia dar a impressão de que estava descontente, e menos ainda zangada. Sempre tinha um bolo, um doce guardado para quando eu chegasse. Certa vez, entre tantas, o bolo ainda estava no forno, pedi um pedaço e ela me disse que estava quente. Insisti novamente e ela me falou, - Bolo quente faz mal. Perguntei, de que tipo? Dá dor de barriga, respondeu. Ah! então pode me dar, se der dor de barriga eu vou no banheiro. Ela soltou um gargalhada como poucas. Algumas vezes ela me dava umas moedinhas, eram suficientes para comprar uma lata de leite condensado moça, não havia outras marcas, isso em 1962, e a mercearia ficava na esquina da mesma quadra. Lá ia eu todo faceiro. Na volta passava direto pelo corredor de acesso ao quintal, subia num pé de goiaba e já com a lata furada em dois pontos, de um lado para beber e do outro para o ar sair, chupava até dar cócegas nos cantos da boca próximo à garganta. Que delícia! Mas isso me causou uma alergia, ou algo do tipo, fiquei bem uns dez anos sem poder ver a lata nas prateleiras dos mercados que já me coçava a garganta. Uma das coisas que mais eu gostava era de chegar na casa dela e pedir café com leite, pão e manteiga. A maneira como ela adoçava a xícara era diferente de todos os outros. Ela dava apenas meia volta na xícara, não completava o giro, levava a colher de um ponto até a metade e voltava de ré, não fazia o redemoinho. Achava isso engraçado e perguntava porque ela não fazia como todo mundo, girando por completo, ela não respondia, só me olhava e sorria. Isso se repetia sempre. Muito bom lembrar dela.
Página 12 de 64 | « 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 » | «anterior próxima» |