Quanto vale a propriedade intelectual?
A senilidade se percebe pelo declínio gradual de todos os sistemas do corpo: cardiovascular, respiratório, genital, urinário, endócrino e imunológico. Está assim descrito na busca da Wikipedia. De forma comum e popular, é tida como um estado decrépito, no sentido de que, estando em idade avançada e levando em conta o que envolve todo um histórico precedente, dos quais o estresse é fator determinante, porém, essa condição não se retrata na sua atividade diária em todos, não é uma regra, portanto.
Há aqueles que mantém sua capacidade cognitiva e habilidades normais em tarefas corriqueiras sem danos. O fato é, nascemos crianças e chegamos à velhice como crianças. Observando meu amigo, tio de minha esposa, noto esta particularidade tanto pela descrição quanto pela exceção. Em situações diversas do dia a dia, as perguntas se repetem inúmeras vezes. Aquilo que parecia explicado, necessita nova orientação e com a mesma atenção como se fora a primeira vez. Entre uma fala e outra, a dúvida. Ao sair, o medo. Uma referência, a companheira. Sem ela as coisas se complicam; a toalha some, o chinelo desaparece, o interruptor de luz nunca está no mesmo lugar. No entanto, a conversa flui ainda que nostálgica, na sua maioria de caserna, lúcida, macia e farta. Uma distração, o compromisso com as cruzadas. Na caça às palavras o dia passa a noite é de fato uma criança. Isso é uma das atividades que o mantém em seu mundo de ideias. Varrer o jardim, essa tarefa me foi tirada, é a maneira pela qual eu encontro muitas das frases, crônicas inteiras quando estou absorto nessa tarefa, no entanto, sua disposição para tal é tamanha que não me atrevo a contrariá-lo.
Nesta próxima terça-feira, 28, chega um compadre dele, meu sogro. Essa amizade rendeu muitas aventuras num passado recente. Certamente as lembranças aflorarão e teremos bons motivos para boas gargalhadas. Recordo-me certa vez, ele me ofereceu uma carona, tinha um Chevrolet Caravan, azul piscina ou algo próximo desse tom, no caminho ele me falou com ar de superioridade e certeza, sabe de uma coisa Luiz, esse carro quando passa impõe respeito nos outros, ele é grande, vistoso, se destaca. Como discordar de uma opinião, uma preferência impar e pessoal? Concordei e seguimos chamando a atenção de quem passava, por nós, naturalmente. Ele dirigia bem devagar e o motor já não tinha o mesmo torque dos carros mais novos. Dele também há um bordão que mudou a letra de uma cantiga de roda, que na infância de muita gente fez coro em uníssono. Dona chica! Atirei o pau no gato, (e neste ponto ele parava, ficava dois segundos em silêncio e concluía) ... e o gato comeu! Dizia isso sempre que queria chamar a atenção para um determinado fato e de maneira sarcástica, era para entender que, ele jogou o verde e colheu o maduro, ou que, a carapuça serviu em quem de direito. Hoje sua rotina é lenta, porém, continua, assertiva naquilo que o impressiona e desperta. Não tem muitas expectativas, pelo menos é o que demonstra. Indagado se havia se arrependido de algo que pudesse ter feito ou deixado de fazê-lo, não demorou para concluir que – Eu tenho certeza de que fiz do jeito certo, nada de errado naquilo que eu tracei, entrei para o quartel, dos meus irmãos eu fui o único que seguiu carreira, todos serviram, mas só eu fiquei. Não sou bobo nem nada. Meu pai era Carpinteiro, minha lavava roupas para fora, erámos pobres, o negócio era seguir a carreira militar, um baita emprego! Quando temos a chance de conversar com alguém mais velho, mais experiente, devemos agradecer a Deus pela oportunidade, são histórias, causos, lembranças que certamente passaremos ou passamos e não as percebemos. Há uma relíquia intelectual importante a ser explorada e conservada.
Fico muito contente em conversar com ele e poder de alguma maneira auxiliá-lo em tarefas simples e corriqueira que por vezes ele demonstra uma certa dificuldade, como quando me pergunta não uma, mas três ou quatro vezes, onde é que acende a luz do quarto onde estão as malas. Ou se o banheiro dos fundos está certinho para tomar banho, se a água está no morno. Mas se dispõe de boa vontade e rapidez para auxiliar na arrumação das coisas, a mesa do café, do almoço, recolher as coisas que ficam para fora, cadeiras, almofadas, vassouras, enfim, tudo naturalmente.
Quem tem c... tem medo!
Nesta segunda feira, 20 de novembro, tomando o costumeiro cafezinho na Panificadora Maykon, chegou, como também de costume, Antunes.
Antunes é ex membro da Esquadrilha da Fumaça, sempre de bom humor e com uma piada na ponta da língua, caso queira entreter ou alegrar o companheiro de mesa. Nessa manhã, com uma ligeira ponta de contradição ao seu fiel perfil, contou da indisposição com referência ao tratamento que vem fazendo de radioterapia, pois foi diagnosticado com um princípio de câncer na próstata. É preciso se deslocar até Curitiba e ficar por lá de segunda a sexta-feira, para as sessões. É um tanto incomodo, diz ele. Mas, pior ainda é o preço dos tais cristais que precisou introduzir próximos ao local do tumor, três esferas pequenas, mas que custam uma grana. O preço é tão alto que o plano de saúde não cobre. Ele incomodado com a situação, perguntou ao médico, - Que trem mais caro esse doutor, parece até que é de ouro? E o médico respondeu afirmando que sim, são mesmo de ouro. É preciso que após fixadas, formem um triangulo, para que quando a luz do raio, ou infravermelho seja acionada, alcance as esferas e reflita o raio para o local do tumor, evitando que se espalhe para outras partes, o que causaria danos colaterais. Olhou para o médico entre estupefato e sarcástico e voltando ao normal, não perdeu a piada, - Putz, doutor! Tomara que não vaze essa informação, estou indo passar uns dias no Rio de Janeiro e é bem capaz dos meliantes cariocas quererem roubar o meu cú.
Uma questão no mínimo intrigante
A filosofia moderna alega que nada é certo, assim como nada é errado, ou seja, o que pode ser certo hoje poderá ser ainda mais certo amanhã. E vice versa. Essa questão se presume do fato de o filósofo estar sempre em busca da resposta, de explicar o inexplicável. Mais ou menos por ai. Diria que tal dúvida, é tão antiga quanto a própria filosofia. Porém, se isso de fato ocorre, segundo uma observação muito interessante formulada por Francis S.Collins, em A Linguagem de Deus, "se não há certo e errado, não há a necessidade de discutir a disciplina da ética".
Pensemos a respeito.
TEMPO, UMA QUESTÃO DE TEMPO!
Eita, que o tempo reserva surpresas e emoções, muitas emoções. Em 19/9/1980, nos casamos, em 23/9/1978, nos reencontramos, você chegou depois, em 1963 no dia 14 de outubro, há cinco anos antes eu aparecia em Ponta Porã, você em Campo Grande;
Ainda levou um tempo para que ficássemos frente a frente. A imagem que mais marcou no início de nosso relacionamento, foi quando a vi em pé na porta da sala do terceirão, no Colégio Osvaldo Cruz. Já tinha feito minha escolha no sábado dia 23, na casa da Deise, quando do aniversário de 15 anos dela, mas aquela imagem com os cabelos compridos abaixo da cintura, olhos negros e fixos, boca desenhada à mão pelo Criador e lábios vermelhos e opulentos, sem exageros, o sentimento foi de puro êxtase, aliás, acho que anos mais tarde alguém me plagiou e fez uma música se aproveitando dessa minha sensação(!), paciência, foi exatamente isso que senti. Pronto, estava consumado. Após esse encontro, dois anos à frente, na mesma data do dia de hoje em 1980, casamos. Os filhos, esses que todo pai e mãe babões lambem, foram nascendo um a um, cada um no seu tempo e lugar.
Os filhos e nós Hoje, o caçula deixou o time dos solteiros. Eric casou em 19 de Agosto p/p, mesmo dia, um mês antes do nosso. O que vale é o dia, tem 9. Nove é o mês das flores, de alegria e encantos mil. Fico feliz de poder dizer que tenho uma companheira, amiga, e amante bem legal e constante ao meu lado.
Bom, sabes que te amo e tens muito crédito ainda para gastar. Beijo!
Em tempo: Hoje intera 39 anos de casados e 40 de namoro.
Estefano e Jacinta
Nesta manhã o café foi na residência do Estefano e Jacinta. Rua 1610. Um dos primeiros contatos que fiz logo que cheguei à Itapoá. De uma conversa rápida na esquina de casa e de frente ao mar, houve uma afinidade instantânea e prazerosa. Pessoa simples, calma, falante, acessível e pai de três meninas lindas, trabalhadeiras e dedicadas. Não esquecendo a neta, Zahara Adrieli, a princesinha da família e xodó das tias. A família veio de Fraiburgo, que fica 41 Km ao norte da rodovia SC-470, pela SC-453 e SC-456. É considera a terra da maçã. Adotaram Itapoá e fixaram residência em definitivo.
Hyoko, a mascote da família, tem a preferência de todos e ganhou deste blog um post exclusivo. siga o link > Hyoko, a sortuda
Jacinta, além dos pães e bolos que faz com competência, tem o dedo verde, como diria Maurice Druon, e sua horta no jardim da casa é de qualidade, embora tenha pouca quantidade, tudo floresce em abundância e harmonia.
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