Meu Diário
31/10/2018 15h19
De Ponta Porã para o mar de Itapoá.

Maré e ressaca levaram nossa rampa.

 

Uma caminhada na praia em frente do Kyoski, e já se percebe o avanço das águas. Quem tomou o espaço de quem?

A Maré derrubou nossa Rampa Veja o vídeo

Quem chegou primeiro? O homem ou a natureza? Respondendo essa pergunta fica fácil entender o avanço das águas sobre o continente 

Quando eu nasci, no longínquo ano de 1958, a pequena cidade onde cresci os primeiros anos da infância, era um pontinho no mapa, bem menos que 5 ou 8 mil habitantes, isso é o que eu pensaria se alguém me perguntasse.

Av. Brasil - década de 1970 - Ponta Porã-MS

Na verdade a cidade de Ponta Porã, no antigo Estado de Mato Grosso, hoje, Mato Grosso do Sul, se resumia a pouco mais de 15 mil habitantes (há necessidade de comprovação), no entanto, no período entre 1943 a 1946, foi capital do extinto Território Federal de mesmo nome. Teve sua importância, portanto. Já eu, não tinha a noção de que a água que me serviu os primeiros goles do tereré, bebida que vem ser hoje o símbolo de seu perfil, um dos, há outros adjetivos, essa água, nunca suspeitei, seria uma mísera gota num oceano imenso que viria a conhecer mais tarde, e que hoje tenho como sendo o quintal de casa, literalmente.

Afinal, quanta água passou por baixo dessa ponte? Só sei que, se quando cheguei a este mundo, esse mundaréu de água já estava aqui, é certo que nós em Itapoá-SC, invadimos um espaço que não nos cabia. Veja o que vem acontecendo com Balneário Camboriú, Meia Praia, Itapema, para citar algumas. Queremos estar de frente para o mar, se possível dentro dele, cada vez mais nossos concretos tentam empurrá-lo para dentro de si, como se isso fosse possível. Quando acontece de suas águas invadirem nosso espaço, nos impacientamos e o maldizemos. Suas marolas, suas ondas, seu vai vem é cada vez mais, vem do que vai. Bom, se o homem soubesse que se fosse para vivermos n’água, teríamos nascidos com nadadeiras, e não pés. É melhor prestar atenção no nível, a cada ano ele sobe mais. Voltemos nossas vistas para o campo, a colônia pode ser a única saída em poucos anos. Exagero? Assim se pensava de tantas cidades e países que hoje estão abaixo do nível do mar.

Mas que é uma belezura de imensidão esse tar de mar, ah! isso é.


Publicado por LuizcomZ em 31/10/2018 às 15h19