Lei da Conservação
O Necessário e o Supérfluo.
Pergunta. O que pensar dos que açambarcam os bens da terra para se proporcionarem o supérfluo, com prejuízo daqueles a quem falta o necessário?
Resposta dos Espíritos. Esquecem da Lei de Deus e terão que responder pelas privações que houverem causado aos outros.
Comentários meus. Tudo tem a ver com o egoísmo e o sentimento de solidariedade.
Todos os problemas existenciais, familiares, sociais, trabalhistas e principalmente financeiros são frutos do egoísmo. Enquanto que a solidariedade não é percebida na sua amplitude, sobretudo, cristã.
O que é solidário? No dicionário há uma pequena e singela significação do termo. Compromisso pelo qual as pessoas se obrigam umas às outras e cada uma delas a todos. No entanto, estamos a falar da verdadeira solidariedade. Tome por exemplo a função da grama. A grama morre para servir de pasto, o alimento do gado, que por sua vez morre para ser o alimento do homem. E o homem, sua morte física alimenta o quê? É o alimento dos microrganismos que por sua vez transformam-se em novos elementos e dão vida a outras formas de vida orgânicas, plantas e animais, a própria terra se nutre e gera nova vegetação, está refeito o ciclo novamente, novos pastos, novos bois e vacas, e consequentemente, nos alimentamos do mesmo modo. Do átomo ao arcanjo. A solidariedade, portanto, vai além do compromisso em ajudar o parente ou o vizinho desalentado. É o dar sentido à existência como um todo. É saber que minha contribuição para com o próximo, envolve o todo. Se tudo é energia, tudo é partícula, então somos parte dessa cadeia universal. Já se provou pela ciência e a cosmologia, na voz de Carl Sagan, que o DNA de Deus está impregnado em tudo, são os Quarks. Essa partícula está em tudo o que se possa imaginar, ver, tocar, sentir. Estou falando, tudo! O som de minha voz, a tinta desta caneta, os teclados do netbook, a mesa em que ele está apoiado, o piso que sustenta a mesa, a cadeira em que estou sentado. O som dos pássaros no meu jardim, o barulho das ondas do mar, as ondas do mar, os anéis de saturno, as inúmeras galáxias do vasto universo possuem essa partícula. Isto é a solidariedade. A distribuição ampla e total de um bem. É nesse contexto que os Espíritos se reportam, “Olvidam (esquecem) a lei de Deus... responderão pelas privações que houverem causado aos outros”. De que outros eles estão falando? Note que não disseram deste ou daquele. O outro é tudo o que não é você. Por tudo, entendamos, qualquer coisa. Não apenas o amigo, o parente ou o vizinho. Quanto ao egoísmo, é tudo o que a verdadeira solidariedade não é. Uma boa analogia é o caso do ladrão de obras raras. Rouba um quadro importantíssimo, a Mona Lisa, digamos. Recebe por isso milhões de um comprador que nunca poderá expor o quadro sobre pena de cometer o ilícito e se declarar culpado. Qual a vantagem de ter algo tão caro, importante, requisitadíssimo e não poder expor. É o ápice do egoísmo. Subtraiu uma obra humanitária de prestígio e que deveria servir ao interesse e admiração de todos, apenas para deleite próprio e de bem poucos, que como ele, se compraz nessa prática. Onde está a satisfação, a felicidade nisso? Guardando as devidas proporções, isso é o mesmo que jogar fora o que sobrou do almoço só porque não sabemos dosar nossa saciedade, enquanto muitos estão à espera dessa sobra. Responderemos por isso igualmente.
Se hoje é quinta feira, por mais óbvio e simplório que possa parecer, ontem foi quarta feira. Hoje é 15, ontem foi 14. Pense nisso com mais amplitude. O dia de todos os Santos já passou e nem temos certeza de que no dia 1° de novembro deste mes, talvez e certamente, não há como lembrar o que fizemos durante esse dia. O temível dia 28 de Outubro, o dia em que as urnas poderiam trazer surpresas desagradáveis para uns, e trouxe, mas o medo era o de que seriam manipuladas, esse dia também já passou. E a copa do mundo de futebol no Brasil? Já vimos a França vencer a seguinte, na Rússia. E o hexa tão esperado ficará para a da Ásia. Ou não. Fico olhando para pessoas que irão passar mais um dia sem saírem de casa, não porque não podem andar ou dependam de outros para se locomoverem, mas porque não querem conhecer gente, não querem falar com gente. Gente é um universo em si. Marco Antonio, imperador Romano da Escola Estóica de Filosofia, dizia que sempre que morre um ser humano é uma perda irreparável, pois deixaremos de conhecê-lo, de saber dele, daquilo que o movia, o inspirava, aquilo que era importante para ele, o mínimo que ele sabia deixou de ser conhecido. Deixamos de interagir com pessoas que só terão a oportunidade de se mostrar se lhes dermos a chance de se comunicarem conosco. Que triste é o desperdício do dia. À noite as pessoas se recolhem à espera de repetir tudo igual no dia seguinte.
Dani
Um aperto de mão vigoroso. Não fosse pela feminilidade explícita em formas e gestos, diria tratar-se de um estivador, tal a força que impõe às mãos de quem a cumprimenta. O sorriso sempre disponivel e escancarado esconde um passado nada pueril. Desde muito cedo, dos 4 aos 12 ou 14 anos, sofreu constantes abusos sexuais. Todos de pessoas próximas e ligadas à mãe. Eram os namorados, padrastos, irmãos da igreja e os pastores, sim, no plural. Ímpios em pele de cordeiros. Sabedores que a mãe não tinha o devido cuidado com a filha e ainda fazia vistas grossas, sua casa era uma via sacra da pedofilia. Até se dar conta de que aquelas 'visitas' eram anormais, isso só foi ficando claro quando passou a participar de grupos com crianças de mesma idade e que não tinham tido as mesmas experiência que ela frequentemente se deparava, notou que para essas crianças, o assunto era proibido e as mães alertavam para que todo tipo de assédio ou investida, fossem relatadas de imediato a uma pessoa adulta, preferencialmente, mãe e pai. Passou então a indagar da mãe, que, como na maioria de casos como esses, preferem achar que os filhos fantasiam "pequenos agrados" dos adultos. Isso fez procurar ajuda na única forma que veio à sua mente, antecipar precocemente a maturidade e maioridade. O primeiro namorado, aos 16 anos, que compreendeu e se propôs a ajudá-la, saiu de casa e foi morar com o que hoje, é seu atual companheiro e marido. A compreensão e apoio do companheiro foram fundamentais para um novo ciclo em sua vida. Hoje, com a vida normalizada, frequenta uma igreja em que se prioriza os estudos com fé raciocinada, tem compaixão da mãe e não guarde mágoa ou ressentimento do passado recente.
A dor é mestre no aprendizado. É preciso que haja o atrito, sem o qual, não há impulso ou ascensão. É preciso superar as crises para que se possa crescer.
Jorge Angel Livraga, fundador da Escola de Filosofia Nova Acrópole, apregoava que, para se atingir um novo ponto, preciso é que se deixe o antigo.
Marta
Profissional de serviços gerais, uma maneira politicamente correto de se referir aos faxineiros nas empresas. A faxina e limpeza fica por sua conta. Cumpre dois horários para coincidir com o horário de maior movimento na área de atendimento. Como a vida lhe cobrou um preço alto no quesito família, foi por isso mesmo mais judiada no aspecto físico. Sua aparência denota mais idade que a fisiológica, certamente pelos dias vividos na contramão da normalidade. Separada do marido há 17 anos, justamente quando mais precisava dele, ficou com 10, dos 13 filhos, sendo que o mais velho contava com apenas 16 anos e o caçula com um ano apenas, se viu só e abandonada na difícil tarefa de criar e proteger uma família enorme. Hoje, Daniel mora e trabalha em Joinville. Dani, como é chamado, tem dos irmãos um profundo respeito e consideração pelo que fez para ajudar a mãe a criar os irmãos. Marta conta que, ainda de menor, já trabalhava como auxiliar numa construtora, ajudante de obras, e que certo dia o patrão veio até sua casa para saber porque o ajudante não havia ido ao trabalho, Marta, então, disse que o filho não iria trabalhar porque ela não tinha nada para fazer de almoço e que não deixaria o filho passar fome, e, menos ainda, desmaiar por falta de comida. Sabendo disso, o patrão proveu a situação antecipando a quinzena para que Marta pudesse abastecer sua dispensa. Todo o dinheiro que Dani recebia era dado para Marta. Para ele, separava apenas R$10,00, que se dava ao luxo de jogar vídeo game em uma locadora próximo à sua casa, e somente nos finais de semana. Dos 13 filhos, três morreram ainda bebês, criou todos com dedicação e os tem todos bem, sem envolvimento com drogas, justiça ou qualquer outra contravenção. Sempre teve a preocupação de saber o que estavam fazendo e com quem se relacionavam. Hoje tem uma vida atribulada como qualquer trabalhador e mãe, porém, tem a consciência tranquila, vive bem, está mais fortalecida e feliz. O filho mais velho, ainda solteiro, é uma benção para a família e motivo de alegria quando está com ela e os irmãos. Isso mostra que a vida é feita de escolhas, que a escolha certa, mesmo não sendo o caminho mais fácil, é o caminho reto, do compromisso com a missão que Deus espera à quem Ele destinou seus filhos para que nós, como co-criadores e fiéis depositários de sua obra mais valiosa, sejamos cumpridores de mantê-los no caminho do bem e na evolução constante à morada do Pai.
Maré e ressaca levaram nossa rampa.
Uma caminhada na praia em frente do Kyoski, e já se percebe o avanço das águas. Quem tomou o espaço de quem?
A Maré derrubou nossa Rampa Veja o vídeo
Quem chegou primeiro? O homem ou a natureza? Respondendo essa pergunta fica fácil entender o avanço das águas sobre o continente
Quando eu nasci, no longínquo ano de 1958, a pequena cidade onde cresci os primeiros anos da infância, era um pontinho no mapa, bem menos que 5 ou 8 mil habitantes, isso é o que eu pensaria se alguém me perguntasse.
Av. Brasil - década de 1970 - Ponta Porã-MS
Na verdade a cidade de Ponta Porã, no antigo Estado de Mato Grosso, hoje, Mato Grosso do Sul, se resumia a pouco mais de 15 mil habitantes (há necessidade de comprovação), no entanto, no período entre 1943 a 1946, foi capital do extinto Território Federal de mesmo nome. Teve sua importância, portanto. Já eu, não tinha a noção de que a água que me serviu os primeiros goles do tereré, bebida que vem ser hoje o símbolo de seu perfil, um dos, há outros adjetivos, essa água, nunca suspeitei, seria uma mísera gota num oceano imenso que viria a conhecer mais tarde, e que hoje tenho como sendo o quintal de casa, literalmente.
Afinal, quanta água passou por baixo dessa ponte? Só sei que, se quando cheguei a este mundo, esse mundaréu de água já estava aqui, é certo que nós em Itapoá-SC, invadimos um espaço que não nos cabia. Veja o que vem acontecendo com Balneário Camboriú, Meia Praia, Itapema, para citar algumas. Queremos estar de frente para o mar, se possível dentro dele, cada vez mais nossos concretos tentam empurrá-lo para dentro de si, como se isso fosse possível. Quando acontece de suas águas invadirem nosso espaço, nos impacientamos e o maldizemos. Suas marolas, suas ondas, seu vai vem é cada vez mais, vem do que vai. Bom, se o homem soubesse que se fosse para vivermos n’água, teríamos nascidos com nadadeiras, e não pés. É melhor prestar atenção no nível, a cada ano ele sobe mais. Voltemos nossas vistas para o campo, a colônia pode ser a única saída em poucos anos. Exagero? Assim se pensava de tantas cidades e países que hoje estão abaixo do nível do mar.
Mas que é uma belezura de imensidão esse tar de mar, ah! isso é.
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