O corpo é o instrumento da dor e se não é a causa primeira, pelo menos é a causa imediata.
Todos sabemos que o amputado sente dor no membro que não existe mais.
Não estando nesse membro a sede ou o ponto de partida da dor; o cérebro dele conservou a impressão, eis tudo.
Estudo de O Evangelho no Lar - 20-02-2018
L.E. livro segundo Cap. 6 - Pergunta 257
VERÔNICA ARIAS
Voar, é algo o mais próximo daquilo que os pássaros tem por vocação
Embora seja algo que a alguns provoca medo, pavor, ou simples
Receio, sempre sentimos a necessidade em conversar com alguém, ser
Ouvido por alguém para quebrar o estresse e manter o
Nível, pelo menos dar a impressão de que somos normais.
Invariavelmente pessoas assim acabam por sentar-se em
Companhia de opostos, pessoas que lidam bem com essas situações,
Assim foi em um dos trechos que fizemos.
Ao nosso lado estava uma moça elegante, bem vestida, de
Requinte apurado e bem articulada. Embora acostumada a voar,
Inúmeras horas de voo não foram suficientes para se
Apaixonar, sobretudo, na decolagem e aterrisagem, esses
São os momentos mais tensos para ela.
Foram momentos de muita descontração, num tom sempre
Elevado, falamos de trabalho, viagens, família e
Livros, sempre com riqueza de detalhes e
Inspirados com boas lembranças e feli-
Zes por fazer as horas passar sem nos preocuparmos com o voo.
Amizades que nascem de situações
Novas e inesperadas, tem por características ficarem
Impregnadas como se há muito tempo já nos
Víamos, as conversas fluem, os sorrisos são fartos
E reveladores, não há contraditas e as
Resistências são facilmente vencidas.
Serenamente foi relatando a convivência com os pais,
Amigos, o irmão, as comidas.
Responsável desde sempre a ponto de demonstrar um
Ínfimo resquício de toc, como se tudo precisasse ter
Originalmente sua marca, ainda que, indelével.
Não tem Marreco.
Vez por outra vou até a casa do Vilbert para tomar um café, e numa dessas ele me ofereceu um melado de cana, muito bom, diferente de alguns que havia experimentado, e combinamos de que se um dia fossemos à Joinville ele me levaria no engenho do Sr. que produz o melado. Num dia desses em que precisava ir à Joinville, convidei meu amigo Vilbert Schapitz, descendência alemã, para me acompanhar. Depois de concluir tudo o que tínhamos para fazer, Vilbert resolveu me mostrar o tal Sr. que faz melado de cana. Fica em Pirabeiraba, numa área bem distante, zona rural mesmo, passando o Country Club Joinville, lá para aquelas bandas. Eu estava ao volante e ele no banco de passageiro. Como ele é quem sabia o local, sempre que havia um entroncamento, rotatória ou cruzamento eu perguntava qual a direção a seguir, direita, esquerda ou em frente. Porém, no dia anterior, ele havia ido a um restaurante que acabara de ser inaugurado próximo ali da 1600 na avenida Brasil, ele começou a contar a história do almoço e enumerar os pratos, dizia, - Tinha um galeto, uma picanha, uma costela que era cortada na serra, e a lista parecia interminável. De repente, uma bifurcação à direita mas, como a via principal seguia em frente, reto, eu perguntei a ele: - Direto? Ele de cabeça baixa olhando para as mãos e enumerando nos dedos os variados tipos de pratos do restaurante, respondeu: - Não, maréco não tinha Sr. Luiz. Vendo que a bifurcação estava chegando, insistir: - Direto? Por Deus, pela segunda vez ele respondeu: - Não, maréco não tinha Sr. Luiz, isso não. Tive que aumentar o tom de voz: - Estou falando da direção homem, vamos direto ou viro à esquerda? - Ah! Meu Deus, mas o senhor sempre pergunta se é para direita ou esquerda, agora o senhor falou direto, eu com fome e falando de comida, pensei que perguntou se tinha maréco.
(Por ser filho de alemães, ele não pronuncia os dois ‘R’ do marreco).
Esta manhã a convite do meu amigo Vilbert, fui com ele até Garuva, ele teve uma sessão de tratamento dentário, para não ir só, fiz companhia. Enquanto aguardava o atendimento sai para tomar um café, visto que não havia comido nada pela manhã, e os medicamentos exigem um pouco de comida no estômago. Visitei e gostei da padaria, Pão da Hora, local tranquilo e agradável. A padaria teve início em Curitiba, estão em Garuva há 8 anos, pelo que se percebe ficarão ainda muitos anos.
E me lembrei de Vinícius.
Hoje teve sol, muita intensidade. Tão claro, iluminando a cidade.
Hoje teve ondas variadas, cheias de marolas, diversão dos jovens surfistas.
Vendedor de churros, picolés, água de coco, refrigerantes e cervejas.
Teve até um haitiano vendendo óculos de sol e viseiras.
Muitas crianças, pranchas de body board e bolas de todo tipo.
Pais atletas e nem tão atletas assim, mães magrinhas, gordinhas, porém, todos felizes e harmoniosos.
Cachorros, esses não faltam. Preto, branco, malhado, cinza, de raça, sem raça definida, magros, obesos, com caudas, sem caudas, orelhas eretas, caídas e mordidas. Todos famintos à procura de algo para comer.
Muitas garrafas pets, chinelos sem par, tênis também. Entre tantas bugigangas, um céu de estrelas do mar, conchas de toda forma, tamanho e cores.
Barcos de pescadores mantendo a distância da praia, embelezam com suas cores chamativas e reluzentes, uma forma de serem vistos caso estejam à deriva.
Bandos de gaivotas e quero-queros revoando em rasantes por sobre os banhistas migram de ilhas em ilhas levando sementes que em breve florescerão abundantes vegetações.
Hoje é sábado e tem praia limpa e sol marcante.
É verão e todos que aqui estão não tem outra preocupação a não ser aproveitar o momento, o encontro, a harmonia, o congraçamento e a união.
Porque hoje é sábado.
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