Textos


Caso João Roberto - Rio de Janeiro I

Flávio, dentista confundido com um ladrão. Morto pela polícia.
Geisa, professora, refém do ônibus linha 174 Jardim Botânico, morta por um agente do BOP.
Aluno morto numa ‘simulação de salvamento (?)’ em Rondonópolis-MT. Policiais não sabiam a diferença entre balas de festim e balas de verdade!
A mãe do menino João Roberto disse que o menino não vai ver a avó nas férias de julho. O motivo? As passagens aumentaram muito de preço. De R$ 200,00, passaram para mais de R$ 600,00 (matéria de um dos telejornais desta manhã 09-07-08).
Ronaldinho Gaúcho, o mais craque e habilidoso dos meio-campistas em atividade nos gramados do mundo, mesmo que fora de forma, não é chamado para os jogos da seleção brasileira à pelo menos os últimos cinco jogos. Do que estamos querendo falar afinal de contas? Do preço das passagens ou dos critérios de Dunga como técnico da seleção brasileira?
Ambos os casos. Após ver os telejornais, todos, mostrando a indignação do pai do menino João Roberto, de apenas três anos de idade fuzilado pela polícia (!) do Rio de Janeiro (que poderia ser de outra capital qualquer, nesse quesito, todas pecam iguais), traçamos um paralelo entre os casos acima. No primeiro, o menino que não vai ver a avó nestas férias é um felizardo. Ele ainda poderá ver a avó nas férias do final de ano, basta que a mãe, uma chef de cozinha se programe e poupe a quantia certa para tal. No caso do Ronaldinho Gaúcho a situação é muito mais concreta com relação a critérios. Quando Dunga corta um jogador como o Ronaldinho Gaúcho, ele está assumindo o seguinte: sou responsável pela condução e desempenho da seleção pentacampeão do mundo. Não joga enquanto não estiver em forma, em condições, ou seja, ‘preparado’. Portanto, não recebe o uniforme de titular!
Quando e como se imagina que um profissional da Secretaria de Segurança Pública, a Polícia de Estado, que é mantida com os recursos públicos, dinheiro do contribuinte, recebe o uniforme, o material de trabalho, no caso uma pistola carregada de balas grosso calibre, recebe ainda voz de comando para atuar em defesa da sociedade e principalmente carta branca para atirar em bandidos, quando e se sentir ameaçado e em legítima defesa. Como dois policiais como esses que metralharam o carro de uma mãe com dois filhos, que, se sentindo perseguida e ameaçada, joga uma sacola de criança para fora do carro com o propósito de avisar: - Estou com crianças no carro e não estou armada, quero cooperar!
Como ainda estão a jogar no ‘time da PM?’
Por falta de treino, de postura profissional, por excesso de autoridade, por abuso de cargo, por ausência total de preparo e por trabalharem estressados e sem acompanhamento psicológico mínimo necessário, ou seja, por que não teve um técnico, um treinador, um comandante capaz e competente o suficiente para evitar que elementos, diria, meliantes fardados nesse caso, fossem a ‘campo’ sem condições de distinguir uma bola de uma bandeirinha de córner, ou pior ainda, uma mãe com seus dois filhos de uma turma de desajustados e ladrões de carros, que são bem diferentes entre si. Realmente, você não merecia isso João Roberto.
LuizcomZ
Enviado por LuizcomZ em 09/07/2008
Alterado em 15/01/2009


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