Super Nani
Olhando bem esses programas que tentam ensinar como educar os filhos, tipo Super Nani, mostram muito mais a que ponto chegou o acasalamento do que propriamente o que fazer com os pimpolhos. Acasalamento é uma maneira menos cruel de citar esse ajuntamento que se dá hoje em dia. Pais que nem de longe tinham a noção de que nessa vida a dois poderia advir uma terceira pessoa: filho.
Nem de longe chegaram a cogitar a possibilidade de ter que educar e cuidar de uma criança. Afinal, criança para pais dessa natureza são como cachorrinhos na mais singela infância, são bonitinhos, engraçadinhos, cheirosinhos, e outros ‘inhos’. Acontece que isso só é assim porque estão na casa dos outros e quando os erguemos no colo, em geral (há exceções) estão limpinhos e cheirosinhos.
Quando acontece de serem em nosso meio, ou para piorar, no meio
da gente, porque crianças adoram dormir entre os pais, no mínimo no mesmo quarto, vivem se metendo por entre nossas pernas, quando maiores se metem nas conversas dos pais. Mas, o casal moderníssimo, pensa só neles e principalmente em continuar a manter o mesmo ritmo de antes.
Ele: futebol nas quartas e sábados, baralho nas terças e quintas, malhar de segunda à sexta por volta das cinco horas;
Ela: manicure todas as quartas e sextas, lanchinho com as amigas (solteiras) todas as quartas e sábados, exatamente na hora do futebol do maridão; shopping todas as tardes para desopilar;
Eles: não perdem uma balada sequer, cineminha uma vez por semana, sem contar que cada um tem a sua faculdade para concluir, isso quando levam a sério.
Pergunta: qual o tempo que dispensam para o novo colega de jornada? O filho. Praticamente, nenhuma atenção. Daí o grande sucesso de programas como esses. Fui criado e criei meus filhos de um modo bem diferente e nem por isso deixei de fazer tudo o que eu gostaria de fazer e melhor ainda, fazer com os filhos juntos. Para cada caso um método, para cada missão um caminho. Em se tratando de família acho que nossos avós é que estavam certos. Bom se fosse possível mesclar essa nossa espontaneidade e modernidade com a responsabilidade dosada de tempos idos.
LuizcomZ
Enviado por LuizcomZ em 01/08/2008
Alterado em 04/08/2008