Na liturgia católica tem uma frase que diz:
Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo
Dá-nos a paz!
Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo
tendes piedade de nós!
Porque então não a pratico?
Porque somente o Cordeiro de Deus tem de ter
piedade de mim?
Nos semáforos, em cada esquina, encontro um
pedinte esmolando a seu modo. Um malabares
tentando sobreviver na medida do seu nível de
compreensão da vida.
Antes de entender o que o levou a chegar a tal ponto
eu pré-julgo sem a menor consideração ou piedade.
Dei de ombro a dizer por vezes: - "Por que não procura
algo para fazer, como capinar, auxiliar num restaurante,
existem tantas maneiras de se ganhar a vida." Eu já pensei
frases do tipo: "- Arrume uma enxada e vá capinar quintais."
Sem ao menos saber quanto custa uma enxada? E com uma

enxada na mão?
Será que eu deixaria entrar em meu quintal ou meu jardim
um maltrapilho mal cheiroso?
Não. Certamente não. Mas, o julgamento já está feito.
Sei que a piedade anda de mãos dadas com a
Indulgência. E o que pede a indulgência?
Tolerância, eu preciso ser tolerante para ser piedoso.
A indulgência me mostra que existe muito mais 
o bem e o belo na criatura que Deus enviou-me para
ser companheiro de jornada do que o mal. 
Eu preciso limpar meu coração, fazer a reforma íntima. 
Desbastar meu orgulho, meus ressentimentos mesquinhos,
vaidade, ingratidão, ódio, entender que ninguém muda
ninguém. Que cada um muda por si. Mas, é primordial
que eu mude para que as pessoas ao meu redor percebam
pelas minhas atitudes e não porque eu estou falando.
Falar é fácil. Aceitar Jesus é fácil. Ao fazer meu exame de 
consciência, me pergunto, será que minhas atitudes
são aceitas por Jesus? Será que eu de fato mudei a ponto
de merecer que Ele me aceite?
Ó Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo
tendes piedade de mim(!)