Sentados na relva assisti com ele alguns
alvorecer e entardecer desses mais de
três décadas de exposição no plano físico.
Naqueles dias eu contava com pouco
mais de vinte anos. Sua aparência
demonstrava um caminho mais longo.
Sabe-se apenas que é um sobrevivente.
Escapou da morte quando nem ao menos
sabia o que isso significava. Aos oito anos
fora convidado ao extermínio, mas,
um capricho dos deuses da mata,
chegou muito adiantado e foi embora
pensando ter errado o caminho.
Muitas luas se passaram desse dia
na sua floresta. Na cidade, olhando
o que a vida lhe oferecia, sabia que
teria que lutar e muito para não
ser excluído do processo de escolhas.
Escolheu viver. Escolheu ser feliz.
(continua...)