CIÚMES
Parte 6
Quarta-feira, 25, 19h24, ainda faltavam uns 2 km e o trânsito
daquele jeito. A saída era o celular.
Na primeira tentativa ninguém atendeu.
Insisti no celular de outro colega, atendeu, respondeu que
abriria o portão. Faltando seis minutos o portão já estava
fechado? Fiz a pergunta e não quis saber a resposta.
Estava atrasado. Sabia que Almir não estaria na reunião
pelo motivo de estar viajando.
A segunda parte precisaria de pelo menos dois na condução
das entrevistas em caso de passividade. Nove médiuns na mesa,
certamente haveria comunicações. Decidi por um atalho. Deu certo.
Escapei dos semáforos, a pista era rápida e sem esquinas. Ótimo,
avistei o portão semiaberto. 19h27 adentrei a sala, Edjiane lia a
página de abertura de um dos livros escolhidos. O capítulo do
livro de estudos, Liceu da Mediunidade, de Carlos Baccelli, Instituição
dedicada a cooperar com os irmãos seareiros que buscam
consagrar-se na prática da mediunidade, sob os auspícios Espíritas, nesta noite, lido pela irmã Janaina.
Ficou claro a preocupação com o novo e denso corpo a habitar e principalmente o ambiente em que viriam a se relacionar.
O que ficou evidente foi a conclusão dos comentários pela autora
da leitura, todo sofrimento é crescimento espiritual,
arrematou Janaina antes de passarmos à segunda parte
de nossos trabalhos. Já na primeira atividade, quem se
manifestou de maneira rude e sem a mínima vontade de agradar,
foi o obsessor que esteve na semana passada, no
Evangelho no Lar na casa de Vanda. Como lá não fora
oportunizado o intercâmbio, à primeira chance ele pulou a frente.
Esmurrou a mesa e fêz duras críticas ao trabalho que se instituiu
em casa onde não queira ser incomodado. Isso tudo nós já sabemos.
Trabalhamos com as perguntas abertas para esses casos, as mais
indicadas, respondia mono silabicamente, para em seguida desferir
com veemência sua acusações 'àquelas duas', referindo-se
à Vania e Esvra. Deixou bem claro que a intenção não era a de colaborar. Após uns 10 minutos de narrativas, o convidei a
deixar o ambiente a pretexto de dar a vez a outros tantos
que como ele, estavam no recinto e queriam trazer todo tipo de informação. Logo em seguida chegou a vez de um benfeitor
que já é conhecido da casa e fez um alerta com relação
à atenção redobrada que deveríamos ter para a próxima visita,
que não era para descuidar um minuto sequer e
pedir toda ajuda necessária e não irem em número reduzido.
Certamente se referia ao fato de havermos comparecidos
apenas em dois. Mais alguns minutos, após sua ida, outro
irmãozinho veio a manifestar-se através de Edjiane.
Chorava muito. Inconsolável choro de saudade.
Saudades da vida pregressa quando nutria grande
amizade pelo irmão Almir, a quem fraternalmente
chamou de irmão. Deixou como mensagem o recado de
que estava acompanhando todo o processo de desapego e reestruturação pelo qual passava.
Confiasse em Deus que em breve teria respostas
às preces proferidas com tamanha devoção.
Findo a reunião, conversei com Edjiane sobre o que se passou e
sobre os preparativos para a segunda reunião em casa de Vanda.
Perto de 09h40 cheguei em casa para assistir ao segundo tempo
do futebol, embora o meu time só jogue amanhã.
LuizcomZ
Enviado por LuizcomZ em 27/08/2010
Alterado em 06/11/2012