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                                   Parte – 8 
Por volta das 15 horas mais ou menos, Vânia recebe uma ligação de sua amiga Evra: - Vânia! Estou passando aqui em frente à sua casa e acabo de ver três vultos entrando em sua casa. Pronto. Bastou para que o desespero tomasse conta e a remetesse a um passado recente. Há exatamente um ano, estava sentada no chão da sala separando um lote de roupas que havia chegado e necessitavam cadastramento e precificação, algumas jóias também estavam sendo separadas e a pressa em disponibilizar o material para venda era tanto que nem se preocupou em acomodar-se à mesa. Também nesse dia o telefone toca quase à mesma hora. Sua filha mais velha chamando para buscá-la em determinado local distante de casa e precisava ser logo. Pensou na greve dos bancos, ainda não era possível fazer os depósitos das clientes e todos os cheques e dinheiro estavam sendo guardados em casa escondidos dentro do armário do quarto, lugar aparentemente seguro e apropriado. Aguardando a filha que tinha hora marcada no cabeleireiro, recebeu telefonema da irmã de sua vizinha dizendo que haviam percebido a presença de três homens dentro de sua residência e que a polícia já havia sido chamada, que voltasse logo, pois se tratava de um assalto. Encontrou a casa cheia de policiais, um cheiro forte estranhíssimo e denso, correu para o quarto e nem quis conferir o que pressentia de antemão, a caixa com todos os cheques e cédulas escondidos no armário do quarto, da porta viu que o lugar estava revirado e vazio. Cozinha completamente desmontada, micro-ondas, geladeira, forno, armário, tudo completamente revirado e escancarado. Após Boletim de Ocorrência, antes dos policiais saírem, explicaram que o cheiro forte e denso era de maconha consumida pelos meliantes no local enquanto vasculhavam a casa. – Não me diga uma coisa dessas, Evra! Estou sozinha em casa e não sei o que pensar muito menos o que fazer. Vou ligar para o Rooney. O marido foi acionado, mas, o estrago psicológico já havia se instalado. Ainda querendo saber exatamente o que Evra havia visto, indagou das características do bando, ouvindo da amiga que eram ‘vultos’ e não pessoas, e reforçando com ênfase novamente, - Vultos, Vânia! Três vultos pretos, e ‘atravessaram’ o muro, não pularam, ‘eles atravessaram’ me arrepiei toda aqui dentro do carro. Não posso parar agora, tenho que ir para casa, depois te ligo. Se da primeira vez, há um ano, ela ‘fora retirada’ da casa para que os assaltantes não a maltratassem, desta vez não havia como escapar destes intrusos. Preferiu que a amiga não tivesse ligado.
LuizcomZ
Enviado por LuizcomZ em 09/09/2010
Alterado em 23/11/2018


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