O zelo é necessário, o desapego é essencial!
Tenho aprendido com o que vejo. Desde muito novo tenho
visto um tanto de coisas que foram se acumulando e
naturalmente se moldaram à minha percepção e maneira de ser.
Em casa tenho percebido algumas dessas mudanças.
Nossa cozinha dispõe de certo número de vasilhas, aquelas
com o nome estranho, que se olharmos para a escrita sempre
nos confundimos com a pronúncia, de onde empresto o resumo
desta crônica. Levei certo dia uma dessas vasilhas para um
evento em que era responsável por uma iguaria para o deleite
dos comensais. Na volta, esqueci-me da dita cuja. Passaram-se
alguns dias, sem dar falta específica do objeto, minha esposa,
olhando para a cozinha num visão panorâmica, disse:
' - Tem sumido uma porção de tupperware (não disse que o
nome era feio), daqui de casa! ' E o pior é que falou isso
olhando para mim. Não sei por quê! Penso que cuidar é bom
e necessário, porém, o apego excessivo é prejudicial.
Somos espíritos encarnados a caminho do inevitável,
o desencarne. Logo, a matéria não faz parte dessa caminhada
rumo ao etéreo. Será preciso desapegar aos bens materiais
para esse mister. Então porque não praticarmos logo essa
importante e necessária missão. Como disse, o cuidado e zelo
com nossos pertences são importantes e necessários.
Demonstra o respeito pelo nosso trabalho em adquiri-los.
Essa demonstração de cuidado também se traduz na imagem
que passamos aos nossos pares em dizer que somos cuidadosos
e que os demais podem inclusive nos emprestar seus pertences.
Mas, como tudo neste plano tem um propósito de evolução, é
preciso o bom senso para que esse apego não cause entrave
na jornada futura e nem nos distancie das pessoas por tornarmos
indelicados e possessivos. Conheci uma passagem muito boa para
ilustrar tal fato. Há certo tempo, O Mensageiro de Deus executou
um serviço em seu caminhão já desgastado pelo tempo e o
mecânico ao comparecer em sua casa para cobrar-lhe o reparo,
percebeu uma singela e humilde residência.
Pela amizade nascida instantaneamente, disse que seria
um agrado e não cobraria pelo serviço.
O Mensageiro de Deus declinou e disse que todo trabalho
precisa da contrapartida, a paga. Instalou-se uma queda de braços,
‘- Não precisa... ’ ‘- Insisto. ’ ‘- Não precisa... ’ ‘- Insisto. ’
‘- Não precisa... ’ ‘- Insisto. ’ Até que O Mensageiro de Deus
chamou o tesoureiro da religião que havia fundado e disse:
‘- Coloque esse dinheiro no caixa do centro como doação
deste senhor. ‘ O zelo pelo bem material despendido da parte do
mecânico e o desapego pelo dinheiro recebido como oferta,
e doado para o caixa com finalidade de uso às comunidades
carentes a que assisti, dão a exata medida desta crônica.
O zelo é necessário, o desapego é essencial!
Hoje, às 01h08 após a sessão de escala do 3º sábado do mês de Maio do ano de 2012