Textos


     
Conversando com Freud
 
Estava tranquilo assistindo meu time na TV, e de repente
o Freud se agitou saiu em correria desenfreada para fora
em direção ao portão. Pensei, ai tem coisa.
'Mêu'! Era a moto amarela do carteiro, o Freud pira.
Fica alucinado...
Fui até a caixa do correio para ver a tal coisa.
Nunca vi coisa igual. Vamos combinar, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Quer dizer, uma coisa não tem nada
a ver com a outra coisa. Cada coisa é de um jeito.
A coisa era tão sem forma, sem coisa com coisa que fiquei ...
Me deu uma coisa, assim.
Tão sem noção que o Freud me encarou tipo:
- E ai? Que vai fazer com essa coisa?
A coisa não dava nem para pegar, segurar, era muito maluca.
Porque tem coisa que dá para entender, outras coisas...
A coisa vai ficando cada vez mais difícil.
Se não faz nada é porque não tá nem ai pra coisa, se faz é por que
tá se metendo na coisa.
Mas a coisa tá ali na sua frente e precisa de uma solução.
E uma coisa que eu não gosto é de deixar coisas pra trás.
A coisa precisa ser esclarecida. Agora, tem coisa que você até
deixa de lado, mas é quando a coisa é pouca coisa, coisa atoa.
Se tem uma coisa complicada é quando a coisa não se resolve
por si só. Por exemplo, vai deixando a coisa ir, fazendo de conta
que não está nem ai e a coisa acaba. Se ajeita.
Só que essa coisa vai além da coisa.
E o Freud continua me encarando de rabo de olho.
Que coisa!

Quadro: O Grito - Edward Munch
LuizcomZ
Enviado por LuizcomZ em 08/11/2013
Alterado em 12/09/2020


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