O RESTAURANTE MARIOTA
Apesar da placa antiga e pouco convidativa, o nome Mariota tem muito mais tradição e clientes do que se possa imaginar. Fica na Rua Guaricanas, 5005 zona rural da cidade, uns 1800 metros do centro e ao longo de toda estrada pavimentada e bem cuidada, somos acompanhados pelo Rio Itajaí-Açú.
Para se ter uma ideia do movimento gerado num domingo normal, a foto acima ilustra bem essa preferência. Aproveitado de forma ecologicamente correta, a trilha de bambuzal à margem do rio, se fechou uma sobre a outra, proporcionando uma cobertura natural e bastante arejada.
Evidentemente que para dar conta e com muito saber a toda demanda, é preciso contar com um fogão de responsa. É duplo e com um beiral amplo para caberem todos os utensílios necessários para manter a tradição.
Mas, fogão sozinho não cozinha, é preciso uma equipe por trás disso. Luiz Moser (proprietário), Sebastião, Silvana, Marciana, Ivone e Ivete (esposa do Luiz Moser). Ivete, Ivone e Silvana comandam os demais membros da equipe que não fica só nisso.
O ambiente é rustico, porém, acolhedor. Luiz Moser faz questão de deixar claro o proposito dessa simplicidade. Deu certo desde o começo e que vinha antes continua vindo. O segredo é a qualidade das iguarias e a higiene juntamente com a cordialidade de cada um dos envolvidos no atendimento.
De onde o Mendel e a Rose estão sentados, a visão que se tem do Rio é essa, à esquerda o corredor de mesas no bambuzal, à direita...
A vista do riacho com a pequena e barulhenta queda d’água ao fundo.
Esta é a tentação do self-service. A mesa de doces, e olha que nós já chegamos tarde, eram mais de 14 horas quando entramos para o almoço. Havia bem mais variedades logo na abertura, sempre por volta das 11 horas.
Aqui a cachoeira que faz um ‘barulhinho bom’ como diria Marisa Monte, mostrando toda margem que embeleza o local. O Mendel aproveitou para fazer umas filmagens.
Esta foto, com o efeito pintura da câmera, mostra que é de fato uma obra de arte a paisagem que nos serve de moldura na hora do almoço. Da mureta, fico a menos de 1,5 metros da mesa do restaurante.
Segundo nos foi dito, este riacho é uma das nascentes do Rio Itajaí-Açú.
Clientes aproveitam o clima para tocarem musicas típicas da região e dos descendentes italianos. Porque no fim das contas, o bom mesmo é se divertir e cantar pra ser feliz.
E por falar em contas, além do preço ótimo, quando se vai ao caixa para acertar, encontramos no caminho placas como essas para descontrair enquanto se aguarda o troco.
Como é costume, os imigrantes têm em seus antepassados uma grande estima e admiração, o que é visto através do painel de fotos próximo ao caixa.
Destacamos o Luiz Moser (a direita) com o irmão...
O pai do Luiz Moser, de quem herdou a Tafona que mais tarde se transformaria no Mariota.
Para entender o que é uma Tafona, a foto ilustra várias situações de como é. Geralmente funcionam em grandes casarões, de preferência próximo a um leito de água corrente que é justamente para girar a roda d’água que vai acionar o pilão ou então a roda de esmagar, como ilustrado na foto.
Porque afinal, de Tafona a Mariota?
Quando o Luiz Moser herdou do pai essa Tafona,
os negócios no beneficiamento de farinhas, já não eram
tão atraentes assim, o irmão que morava na cidade e
mais um cunhado, pediram a ele se podiam usar o terreno
ao lado para fazer um campinho de futebol, para terem
onde ir nos finais de semana e aproveitar o rio para banhar.
Pois bem, como podem ver esse ‘campinho’ virou um baita
campo, a irmã de Luiz, Mariota, resolveu naqueles tempos, colocar a disposição dos jogadores e visitantes, uma cachacinha, cervejinha, um refrigerante.
Com o tempo, começaram a pedir para fritar uns salgados.
Os pedidos foram aumentando, eles resolveram fazer uma
macarronada, uma galinha caipira, e por ai foi.
Quando deram por conta, o local ficou conhecido como Mariota, era como todos diziam:
“- Vamos parar lá na Mariota para tomar uns tragos e descansar um pouco.” Tudo mudou desde então.
Hoje a casa é conhecida e visitada por várias regiões
de todo o Brasil. Quem vem a Indaial, como nós, ou
aparece pelo Vale Europeu, acaba sabendo que tem um restaurante muito bom na beira de um riacho que serve
uma polenta especial, além de tudo o mais.
LuizcomZ
Enviado por LuizcomZ em 17/01/2014
Alterado em 20/01/2014