Qual o sentido da dor?
É na dor que entoamos os mais profundos sentimentos de louvores da alma. Venho aqui dividir com vocês minha dor. Costumo dizer que a dor, assim como a fé, é impar, inquestionável e soberana. Não há como precisar naquele que sofre a intensidade ou ‘qualidade’ de sua dor. Imaginemos por um instante a singela unha encravada. Aquele que dela sofre, sofre em sua totalidade, nem mais nem menos que isso. A perda de um membro, a doença incurável, a extenuante e continua dor da perda de um ente querido, nos faz viver no limite e além do suportável, igualmente em sua plenitude. Qual então o sentido da dor? Hoje já não é possível a lembrança do choro ao nascer, dos dentes a crescerem, dos ossos a se formarem, mas todos os movimentos em direção à nossa formação sempre fora motivo de dor e necessária ação do crescimento. Portanto, somos impelidos pela dor. Nos acompanha desde sempre. Porque a desconsideramos hoje com nossa compreensão mais apurada, causando com isso mais um dos seus estágios? A revolta. Isso nos leva a uma questão maior e que remete ao ensinamento do Mestre das almas. O bem e o mal sofrer. Ensina-nos o Mestre: “Bem aventurados os que sofrem”. (Mateus, 5:4,6 e 10). Ele não se reportava aos que sofre de modo geral, visto que sofrem todos indistintamente, ricos ou pobres. Porém, aos que sabem sofrer, sabendo onde essa difícil prova os conduz. A prece e os louvores são uma benção à alma, bem o sabeis, porém, não bastam. A coragem é tão mais apreciada à Deus neste intercurso que o lastimo e a fé. Lembremo-nos ainda de outra instrução valiosa, ‘buscai e achareis’, ide atrás de ajuda, seu médico, seus ensinamentos, seus medicamentos e toda sorte de conhecimento necessários ao seu abrandamento, não olvidando jamais da coragem em saber suportá-la sem queixumes com resignação e deixando de lado a auto piedade. Não lastime de si. Ao contrário, exalte-se. A cada dia de graças por haver vencido mais um desafio. Nossa visão mesquinha e material não permite entender a grandeza do sentimento contrário a tudo que nesta vida nos dá ‘prazer’. Todo o bem vem de Deus, mas são as coisas ruins que nos aproximam Dele. É o bem sofrer, o entendimento, a aceitação dos reveses que nos faz chegar à glória. Tal qual o atleta que durante 4 anos dedica-se a 8 horas diárias de treinamentos exaustivos, o equivalente a 11.680 horas, para decidir em menos de uma fração de segundos a certeza da vitória numa olimpíada. Nada se consegue sem esforço. Essas dores, acreditem, são nossas credenciais para desafios ainda maiores e mais nobres. Não subestimes o amor do Criador para com sua criatura.
LuizcomZ
Enviado por LuizcomZ em 22/01/2015
Alterado em 02/06/2015