Textos


MM.’.II.’.C.’.T.’.M.’.RR.’.S.’.

Dia desses minha esposa veio à mim e contou em tom de lamento, chateada e com certa dose de revolta, o fato de que havia sido destratada e mal recebida por um dos meus irmãos. A simbologia acima, que dá título ao texto, diz que seremos reconhecidos como tal. Certamente ela não foi a primeira e nem será a última, diria, ao contrário, virão muitas e cada vez mais. O ocorrido se deu da maneira menos constrangedora, porém, vexatória. Eu já o conhecia e mantenho com ele um vínculo ligado à ordem e ao comercio que represento. Como comprador do supermercado, ele me atende sempre com a mesma cortesia e guardando os devidos preceitos da ética e respeito pela profissão, somos bons amigos no comercio e vez por outra frequentamos um a oficina do outro. Naquele dia, minha esposa havia ido ao estabelecimento e sabendo ser ele cunhado, entrou sem se anunciar ou dar referência de sua identidade, por coincidência, ele mesmo a atendeu. O que se seguiu ao primeiro contato foi uma série de mal entendidos, cominando com um destempero à solicitação feita pela minha esposa. Pediu ela, para atender uma causa comunitária, alguns itens, e que poderiam ser vencidos, desde que dentro do prazo de até um mês. Pedidos como esses são comuns em estabelecimentos de atacado e varejo. A indisposição e falta de educação ao responder, sendo ríspido e descortês, fez com que minha esposa saísse sem que tivesse chance de explicar ou mesmo revidar, o que convenhamos, dependendo da mulher, é pior que xingar a mãe. Em casa, á noite, contou-me o ocorrido. Nada como uma noite entre uma ofensa e uma nova tentativa. Fomos juntos ao varejista. Entramos e para surpresa, fato pouco comum, meu irmão estava no balcão de atendimento próximo aos caixas. Paramos em frente à ele, cumprimentei como sempre fazia, e sua cara ficou rubra, sua voz não teve força e nem volume para se comunicar. Salvo por um telefonema, pediu licença e saiu com o celular ao ouvido. De minha parte o que pretendia havia acontecido, mostrar para ele a relação entre minha esposa e eu, e, consequentemente, dele para com a cunhada. Alguns poderão dizer, mas ele não sabia que ela era cunhada. Aos que assim pensam, provavelmente agem como ele. Paulo, de Tarso, em uma de suas muitas cartas, numa delas aos Coríntios, capitulo 6, versículo 12, diz que tudo me é lícito, mas nem tudo me convém. De outra forma, porque O adoramos na igreja e O renegamos na oficina? E oficina aqui, é o local de trabalho, não o Templo de Salomão. Se é para ser gentil e educado, respeitador e ético apenas entre irmãos, isso é segregação, contrário à tudo que nos ensina a ordem e os ensino do Divino Mestre. Então, baseado por essas e outras, é que o nosso símbolo, acima já mencionado, está acrescido de um ‘S’.
Será?
Será que é dessa maneira que queremos ser reconhecidos?
LuizcomZ
Enviado por LuizcomZ em 19/11/2017


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