Sentado na varanda, numa cadeira de vime, o vento que a brisa do mar oferece neste horário, perto de meia noite, é uma constante. Ouvindo o barulho do mar e vislumbrando na penumbra da noite, através dos parcos lampejos da luz da lua as ondas do mar, uma após outra, vem e vem. Elas chegam a todo instante.
Vem uma, vem outra e são muitas e em muitas direções. Não param de chegar, mas para onde vão quando chegam nas areias da praia?
Dizem que ondas vem e vão. Mas elas só vem. Nunca vi uma onda voltar.
Para que elas voltem, precisariam manter-se como ondas, mas, desaparecem. São ondas apenas quando estão vindo. As correntes marítimas voltam. Ondas, vem. Seguramente elas não estão nem aí para o que eu penso. Não dão a mínima para minhas observações, quiçá, minhas implicações. São certeiras e desiguais, não há uma única só, umazinha, que seja igual a outra. Como são sarcásticas. Zombam da minha curiosidade. O que faz delas maiores e mais importantes que eu?
Somos possuidores de vida, energias, partículas, e mais, a origem é a mesma. O que lhes dão tanto movimento e força? O que trazem em suas ondas que ainda não percebemos? Que cumplicidade com a lua, sua eterna companheira? Como disse, elas zombam de minhas perguntas, não estão preocupadas comigo. Vem e vem, apenas.
Mas um dia saberemos o porquê de tantas ondas sumindo nas praias.
LuizcomZ
Enviado por LuizcomZ em 13/12/2018
Alterado em 14/12/2018