De Tudo Que Eu Sei... #6
Muito se tem falado a propósito da eleição do último governo, de como seria e como se está sendo levado a termo as decisões e políticas adotadas por seus novos ministros. Em pouco mais de cinco meses de governo, e isso seria assim fosse quem fosse eleito, as cobranças viriam da forma como se está sendo feita, ou seja, por completo. Não se está separando os períodos e analisando caso a caso, nem mesmo se lembram de que desde FHC estamos coniventes com tudo e ainda somos partícipes dessa situação, qual seja, de elegermos um tiririca por exemplo. Qual a consequência disso? Atrás desses milhões de votos abrimos a porta para um tanto de nomes corruptos que não se elegeriam se os tivessem se colocado a sós nas cédulas ao invés de esconderem-se atrás das legendas, e o fenômeno, melhor dizer equívoco "tiririca", não se formariam nas bases dos setores que comandam este nosso país. Todo o aparelhamento que hoje se conhece, é fruto de nossa "zoação" na hora de votar; nem vou falar no macaco Tião, mesmo preso numa jaula no zoológico do Rio de Janeiro em 1988 teve 400 mil votos e quase se elegeu prefeito dos cariocas, talvez isso explique o nível de políticos que se criou naquele estado. Duas questões se levantam nesse caso. O que levam essas 400 mil pessoas a votarem num macaco? O que políticos e formadores de opiniões puderam aprender com o fato? Fácil agora colocar a culpa nos cinco meses do novo governo. E quero, antes que digam que faço defesa do novo governo, dizer que não se trata do novo governo, mas sim do que queremos para o Brasil. Peço licença aos que estejam lendo esta crônica, e faço aqui um aparte necessário. Vivemos num país de maioria católica, não muito distante e provavelmente quase empatando, há ainda a significativa presença evangélica, e as demais religiões completam o que se pode chamar de, se não na totalidade, pelo menos na proporcionalidade, o país com o maior número de crentes do planeta, ou por outra, o país mais cristão que se conhece. Muito bem, entendo que se somos cristãos, é por acreditar nas máxima e ensinamentos do Cristo. Os que não creem, minoria, não vamos perder tempo com os não crentes. Se eu digo amém ao final do dia, estou dizendo, concordo com o Senhor, estou de acordo e reconheço nas Tuas práticas a justiça e o amor. Porque então, no templo você o adora e na oficina, você o ignora? Como estar conivente com homens que assumiram o risco de matar quando como vereadores, prefeitos, governadores, deputados, senadores e presidentes não fizeram pelo outro o que gostariam que lhes fosse feito? Esta é apenas uma das máximas ensinadas pelo Mestre a quem dizemos amém. Como concordar com as mortes nos corredores de hospitais, nas enfermarias, nas comunidades, uma vez que no governo fizeram apenas apologia ao ócio, amealharam recursos em contas em paraísos fiscais, comprando fazendas e imóveis que nunca caberiam no ganho das instituições que representavam. O desvio de dinheiro das pastas que representam, deveria atender esses que à mingua sofrem na saúde, no sucateamento das forças de segurança, numa formação escolar totalmente desestruturada e formada por ideologias que na prática só formam pseudos intelectuais, uma juventude arrogante, despreparada e adepta do jeitinho para levar a melhor. Como bater palma para políticos que são fornecedores de dinheiro público para países onde ditadores matam à luz do dia apenas porque a população não diz amém às suas práticas? Pensemos um pouco. É cristão, e agora falo para os que dizem amém ao deitar-se, ser seguidor, leal, com quem está condenado seja pelo que for, por quanto tempo for, isso é justo, isso é amoroso com o próximo? É cristão? Se você faz o sinal da cruz, louva ao Senhor, recebe do passista o tratamento espiritual nos centros espíritas, por que defende esse tipo de gente? Será que Cristo está feliz com isso? De tudo o que sei, é que somos todos devedores.