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De tudo que eu sei... #12

Acontece às vezes de uma peça do puzzle sair do tabuleiro. Essa peça deixa um vazio aparente no quebra-cabeça, notamos de imediato sua ausência. Mesmo sabendo que falta a peça, damos prosseguimento na atividade, no jogo. Até que chega um momento que precisamos daquela peça. A vida tem se mostrado como um enorme quebra-cabeça. Peças de diferentes formatos, tamanho, peças que parecem nunca se encaixar em nada que se lhe ofereça. Para complicar esse jogo, temos um elemento que não tem a menor disposição em nos esperar, não quer saber se estamos por concluir o trabalho. Nunca pergunta se estamos bem, se é o momento certo, se queremos ou não. Esse elemento não espera a festa acabar, a formatura chegar, o piquenique ser apreciado e degustado. Não conte com ele para aguardar um órgão a ser transplantado e que lhe daria mais uns anos de vida. Ainda mais se tratando de vida. Ele passa. Segue inexoravelmente sem olhar para trás. Esse elemento é cruel com quem não lhe dá valor. O tempo passa independente de você. Aquelas peças que faltam para o nosso quebra-cabeça, muitas delas o tempo levou. Assim como uma colcha de retalhos, nossas vidas necessitam desses pedaços. Lá no começo do jogo, quando ainda somos peças nas mãos dos outros, teremos muita sorte se nossos jogadores forem atenciosos, moderados, competentes nas mexidas que a vida, o tabuleiro sofre. Alguns pedaços não se perdem totalmente, apenas se afastam temporariamente do tabuleiro, buscam montar outros tabuleiros, formar novas colmeias, novas vidas, entram em outro jogo. É quando nos damos conta do quão importante são essas peças. Onde encontrar sobressalentes? Outras peças aparecem, mas notamos que precisam ser lapidadas, e o curioso, é que a lapidação não é na peça nova, é na que está querendo lapidar. A peça nova somente se encaixará caso as que estão no tabuleiro sejam modelos para a sua lapidação. É preciso um modelo, um gabarito para que sigamos o curso de maneira correta. Um bom exemplo disso é a máxima, palavras comovem, exemplos, arrastam. Em que momento não demos importância às peças ao nosso redor? Quantas vezes poderíamos ter sido abandonados, negligenciados, esquecidos. Outras vezes por pensar somente em nós, esquecemos de olhar atentamente para trás e ver que somos hoje o que nos foi dado em oportunidades.
LuizcomZ
Enviado por LuizcomZ em 10/09/2019
Alterado em 10/09/2019


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