Meu apelido de infância na família é Zinho...
Cada um de nós tem um tanto de histórias para contar quando se trata das nossas lembranças de infância, e sempre tem uma em especial com cada uma das pessoas que participaram desses períodos. Quero resgatar das lembranças algo inusitado, ao mesmo tempo, simplório e hilariante. Tive muitas tias, tios, primos e primas. Hoje, bem menos do que gostaria, mas o tempo costuma não concordar com nossos planos, não dá a mínima para o que planejamos e desdenha de quem insiste em contrariá-lo. Mas, quão bom quando podemos ainda em vida, homenagear um parente ou amigo vivo. Pensando nisso, resolvi que era mais do que na hora de lembrar de alguém que muito me alegrava, sobretudo, ao piano. Mas, houve outros episódios. Um desses, narro nas linhas deste acróstico.
Olga Tereza Portella
Olha que interessante!
Longe de nós por anos, de mim pelo menos,
Gostaria de falar-lhe de minhas lembranças.
Ancorada pelo imenso desejo de independência
Teve, à época, audácia em se desligar dos pseudos-correto
Empreendendo autonomia na área de direito, a fim de
Recuperar, por sua conta, a autoestima por vezes
Escarnecida por aquele que lhe seria, não o companheiro
Zeloso, mas, oneroso no trato afetivo.
Arrumou as malas e partiu.
Por anos a fio, a mim, chegava notícia uma ou
Outra vez, trazida por uma das irmãs, quando muito.
Religião? Só a crença em seu trabalho e esforço.
Tudo o que construiu, fizera a partir de si e do nada.
Entre todas, seguramente a mais bela, risonha e altiva.
Lembranças boas, porém, a que mais me agrada era sua
Lembrança de quando a Buga, dizia: - Quero ir com o Zinho.
Apressada, minha irmã juntava tudo, - Quero ir cuzinho!
Tia Olga, espero que tenhamos tempo e oportunidade de nos ver novamente, tenho uma nova amiga aí em Ourinhos, próximo à sua cidade, São Pedro do Turvo, chama-se Sandra Fernandes, trabalhou mais de uma década no mercado municipal, exímia cozinheira, me ensinou a fazer o melhor yakissoba que já comi. Quem sabe, minha tia, poderemos um dia nos ver. Fico com minhas lembranças, e deixo-a com sua risada, ou melhor, gargalhada, típica às filhas do Guri Portella.