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AM-Carta1
Meu caro amigo, aqui, desde o início dos tempos, o vento é o mesmo, o mar está igual, as nuvens continuam insistindo em tapar o sol que continua vencendo-as, só o tempo que continua a mudar independente dos fatos mencionados.
Somos cativos desse senhor austero e imutável, insensível às nossas suplicas por mais tempo.
Algo sempre está fora da linha, fora do contexto que
esperamos. Por mais que busquemos ser probos, justos, corretos, ele é indiferente.
Segue seu ritmo, este sim nunca mudou.
Pensamos que o tempo seja curto, mas não, nós é que
diminuímos os espaços com besteiras, picuinhas, 
saindo do foco o tempo todo em busca de prazeres, conquistas inúteis. Por mais que as intenções sejam retas, honestas, cristãs, semeadoras da boa nova, quem nos garante o próximo segundo?
Como quando se soubéssemos o segundo seguinte, se fosse possível saber o tempo que nos resta através de um cronômetro regressivo, perderíamos esse tempo?
Dividir para somar é bom.
Dividir para se explicar, se justificar, para um mea culpa?
Somente entendi um pouco do quanto o tempo é o que é, e isso demorou um tanto a ser percebido, notei que andei em círculos, meu amigo. Não em todos os sentidos, mas na maneira de lidar com o tempo de cada coisa, dos filhos, da família, do trabalho, mas, sobretudo, nas relações. O tal relacionamento com o tempo, esse me fez ver o quanto pisei fora da linha, deixei de pesar o que poderia ser encarado de frente e o que poderia ser descartado... 


》...ainda em edição 
LuizcomZ
Enviado por LuizcomZ em 31/05/2020
Alterado em 01/06/2020


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