Convido a quem estiver disposto, a mim primeiramente, a olharmos nosso momento passado. Nas coisas que vemos e nem sequer damos a importância que elas se nos apresentam. Neste exato momento vejo no gramado de casa um pássaro, o que faz com que esse ser venha ao gramado para buscar entre todos esses folículos de grama, o alimento que lhe apetece? O instinto talvez. Mas para possuir esse instinto há que ter algo, ainda que distante de nossa compreensão, algo inteligente. Sabe-se que frutas que pássaro não bica, é porque não é comestível. Como ele sabe disso? Em que momento e por que ele decide por este ou aquele alimento? Já a algum tempo, ando pensando seriamente sobre estar consciente. Estou consciente 24 horas por dia, 365 dias do ano? Não. Longe disso. Como é estar consciente o tempo todo? Eu tenho que perceber a cada gesto, cada movimento, cada pensamento o que é certo e o que é errado, o que agrega e desagrega, o que une e separa, o permite a continuação e o que põe fim. Nesta manhã, como todas as outras e amanhã será igual, ainda que a pia da cozinha esteja limpa, sem nenhum vestígio de alimento, doce, colher com restinho de gordura ou qualquer outra coisa que chame atenção das formigas, elas estarão lá. Todas faceiras e trabalhando para se manterem no inverno, ou nas épocas de chuvaradas. Ocorre-me a seguinte situação. O mesmo padrão de percepção que descrevi sobre o pássaro, há de valer para as formigas. Elas em algum momento se deparam com a situação de ter que escolher, ficar no formigueiro ou sair em busca de provimento para o período de hibernação, assim como ocorro com os ursos. Então me vem a pergunta. De quem é a culpa das formigas estarem na pia da cozinha todas as manhãs? Minha. Por que então eu as mato jogando água corrente para que desçam pelo ralo? Isso quando não aciono o spray de veneno! Bem, para se pensar algo assim, preciso é que se acredite em algo maior que esses animaizinhos. É preciso acreditar num Deus. Numa Força Criativa que a tudo concede e atua. Vejam a que ponto eu chego? Bom, de qualquer forma, por hora, consegui apenas avisá-las, as formigas, naturalmente, que não era correto ficarem amontoadas em volta de uma gota de chá doce que ficou na pia, embora elas esavam apenas levando um pouco de glicose para suas reservas, e obviamente, isso me irrita profundamente. Bati com o dedo no inox e elas rapidamente saíram às pressas em fila para o esconderijo. Houve uma pessoa que passou em casa durante algum tempo, uns sete anos mais ou menos, que quando via um inseto qualquer andando pelo chão e fosse pisado ou chutado propositalmente, ela dizia, - Não faça isso, ele (o inseto) está indo buscar leite na padaria para os filhinhos! Ou seja, conseguia ver naquele minúsculo ser, uma vida em busca de suprir suas necessidades e dos seus. Loucura? Não sei, mas hoje eu fiquei um pouco louco. Me senti bem.
LuizcomZ
Enviado por LuizcomZ em 29/11/2020