O verdadeiro alquimista transforma o chumbo da reclamação em ouro da gratidão!
Um aforisma tem por finalidade mostrar um pensamento, um dito popular, em frases pequenas e objetivas, de tal forma que possa causar em quem as lê uma mudança de paradigma. Na idade média os verdadeiros alquimistas nunca transformaram ferro em ouro, mas mentes endurecidas em corações brandos e pacíficos, mentes obtusas em visões redentoras e criativas ao bem comum. Como se vive nos dias de hoje um alquimista?
Bem possível seja como eu, ou você que lê estas linhas. Acorda todos os dias e antes mesmo de sentar-se à beira da cama, agradece por mais um dia. Ou, não.
Lembra-se de que terá que dividir espaço com os demais, primeiro os de casa e em seguida com os semelhantes ao sair de casa.
Faz a higiene pessoal, prepara sua primeira refeição; os que tem esse privilégio, é claro. Começam então a preparar suas metas e tarefas para o dia que lhes fora concedido.
Quando chegado a hora da fome ao meio dia, os privilegiados a saciam com o que lhe está podendo e disponível.
Retomam suas atividades ao longo da tarde e retornam para suas casas, uns agradecem pelo retorno, outros nem se lembram de que retornaram ao lar encontrando tudo e todos em ordem e com saúde.
Mais uma vez, os privilegiados fazem a terceira refeição do dia, outros não.
Se entretém com novas atividades, descanso, lazer ou compromissos para com a ampliação do conhecimento e evolução, ou simplesmente se desligam da realidade e afundam-se no manuseio do controle da tevê ou dos jogos interativos.
Após um determinado tempo o sono os convida a retornarem à cama, percebem que nem a arrumaram pela manhã ao sair.
Alguns necessitam de medicamentos para induzir ao sono, outros por motivos de pressão arterial, e outros ainda se utilizam de químicas off-label para mascarar o que não consegue vencer em si mesmo.
Novamente os que buscam a concentração e consideração pelo dia que acabou de vivenciar, agradecem em uma breve prece o privilégio de ter a disposição uma cama sob um teto e a companhia de um ente querido e parceiro para o deleite do repouso. Outros, nem isso.
E assim seguem os dias, estes sim os alquimistas do tempo, aquele que não espera pela sua transformação.
Simplesmente, passa.