Textos


O Medo

Carta a um amigo.

Como se entende o medo? De que maneira podemos abstraí-lo? Nada pode nos causar medo, no entanto, tudo ao nosso redor pode nos causa medo. Por vezes somos surpreendidos por notícias que nos preocupam, familiares nos ligando para detalhar determinadas situações que causam ansiedades e logo geram o medo. Calafrios repentinos, síndromes do pânico, isto tudo derivam do medo. Penso que o pior medo é o de o que fazer amanhã. Quando pensamos que amanhã temos que resolver tal questão, definir tal situação, concluir ou protelar tal demanda. Como por exemplo, encarar uma questão que sabemos o resultado, porém, é necessário que sejamos expostos a tal estresse. De modos que a ansiedade é um fator primordial a se considerar. O autocontrole na véspera de tais situações, depende do estado emocional e psicológico em que nos encontremos. Há uma enorme diferença quando somos confrontados pelo assombro repentino que igualmente nos causam medo. Como quando saímos à rua e numa esquina qualquer nos deparamos com um cachorro enorme e com cara de poucos amigos. Nesse momento a surpresa do medo vem junto com a adrenalina, há uma predisposição para a defesa. Mas quando se tem uma situação de evidente estresse e conturbada solução, como um encontro, uma reunião, um relacionamento que necessite reparos, um reencontro carregado de emoções e situações outras que não estão em nossas mãos a solução, e entre tudo isso existe uma noite separando a “tal esquina da vida”, sabendo que a noite por mais longa que possa parecer, o sol brilhará em breve e não há como evitar o fenômeno do novo dia, o medo se disfarça de ansiedade e nos rouba o sono, a paz, a tranquilidade e lá se vai a autoconfiança. Meu amigo, não sei até onde se encaixa a você esta combinação de fatores adversos, no entanto, seu semblante já não é o mesmo há dias. Seu olhar se perde há poucos metros, diria mesmo que a apenas um palmo de suas vistas. Seus ouvidos ficam moucos mesmo envolto a tanto vozerio. Sua atenção não está presente em perguntas diretas e a pouca distância de seu rosto. Em que momento o brilho de seus olhos e a beleza de seu sorriso esvaiu-se? Onde ou o que o fez sair dos trilhos? Os círculos precisam ser fechados. As pontas desatadas precisam de nós seguros e cuidados diários. É sabido que precisamos resolver problemas e encontrar soluções, mas isso se dá na medida em que estejamos em harmonia com nós mesmos. Volte para a terra. Lembre-se de que o que não está ao seu alcance, e principalmente não está em suas mãos, não há o que se fazer. É preciso paz para refletir, luz para encontrar o caminho certo, perdoar-se para seguir amando. Pare! Escute o silêncio, ouça a voz interior, volte à realidade que lhe é possível. Se tudo passa, há de passar para você também. Lembre-se, o medo é necessário e sempre teremos sua companhia, afinal, é por sua causa que crescemos, ele é quem nos impulsiona à frente e a um novo degrau, uma nova experiência, um novo amanhã.
LuizcomZ
Enviado por LuizcomZ em 27/05/2021


Comentários