Uma das coisas mais significativas que possa ocorrer numa relação é a mútua empatia. Isso parece ocorrer apenas nos primeiros meses do namoro, mas quando o amor nasce grande, essa química é reconhecida e nos embala por toda a vida juntos. É quando dividimos tudo em partes iguais, desde que o outro fique com a maior. É quando completamos a frase que o outro inicia. É quando o tempo não importa. Chuva, sol, frio, cansaço ou resfriado, nada impede a espera ansiosa pela chegada da pessoa amada. É o frio na barriga toda vez que se é tocado. O brilho do olhar nas pequenas atitudes percebidas quando observado. Aquele olhar cúmplice de parceria infinita e sincera. O vapor do hálito quente no cochicho ao pé de ouvido. O entrelaçar de mãos ao menor sinal de cuidados. A lembrança do primeiro olhar. O beijo primeiro, ainda que apenas num roçar dos lábios. O sentir da pele aveludada no reconhecimento por baixo do tecido. O perfume natural do corpo ofegante. A súplica pelo avanço mais que desejado. O amor é assim, vem crescendo e se instalando, se aninhando, se formando. E o que não se nota é que num piscar de olhos passamos por uma vida, 30, 40, 50, 60 anos com as mesmas impressões do primeiro encontro. Se acaso tua história de amor chegou nessa sintonia, sorria, és feliz, és amado. Amei e fui muito amado!