... você se dá conta!
de que sua pele está mais murcha, enrugada, flácida, que para ver está melhor, mas para enxergar precisa espremer a vista. Que agora faz todo sentido a diferença entre ouvir e escutar, e que podemos ouvir o que interessa e não escutar o que não vale a pena. Que as noites são mais curtas, embora o dia seja menos longo ainda. E porque temos que beber água não somente quando sentimos sede. Que os joelhos são tão importantes e sua função é amparar, firmar, e dobrado, agradecer. Uma das coisas que me trouxe até aqui, bem provável não me levará adiante, as coisas que aprendi e vivenciei, terei que adaptar, reconectar, reconhecer novos padrões para então continuar na marcha. Lembro-me de haver aberto este espaço para beber meu café, ouvir blues e ver o mar. Continua a mesma coisa para mim. Aconteceu de ir aparecendo pessoas de todos os tipos, jeito, gosto, os que falam muito, os que falam menos, os confiados e os desconfiados. Aqueles que sabem tudo, os que sabem de nada, os que tem paciência e os apressadinhos, os que sabem que bebeu o tanto que aguenta, os que não aguentam o pouco que bebem. Os que gostam do espaço dele e não senta em outro lugar que não seja "o dele". E o tempo vai passando, mas o meu café com blues e o mar além, esse continua igual. E agora, bem agora, mais uma tarde se fez noite.