Textos


Ao longo desta minha caminhada, tenho hoje a certeza de que desde que dei início em minha atividade como palestrante, divulgador, expositor, seja o nome que se dê, a quem se dispõe a falar diante de uma plateia, por mínima que seja, a respeito dos ensinos de Jesus, sinto por isso algo ambíguo em relação a mim.

Explico. Certamente foram muitas palestras, logo, um número bem acima de centenas de pessoas.

Dessas, um tanto receberam as palavras e orientações com tamanho entusiasmo e aceitação que foram como ponto de partida para um recomeço e vida nova.

Não pelo que eu disse, mas pelo que as palavras ditas há dois mil anos pelo rabino e mestre enviado pelo Criador, quando na Palestina pregava e arrastava multidões que lhe ouviam e seguiam indubitavelmente.

No entanto, outras tantas pessoas que a essas assembleias compareciam não se sentiram tocadas ou arrebatadas pelos ensinos do Mestre.

Porém, as que assimilaram, essas estão bem a frente no caminho da retidão, ao passo que, embora eu continuo no mesmo caminho, percebo que fiquei atrás em relação aos que eu próprio orientei.

Ou seja, me fiz instrumento para que alguns evoluíssem, no entanto, eu mesmo não apreendi o sentido de minhas palavras.

Dito desta forma se entende como uma perda de tempo, um retrocesso, o que na compreensão dos mesmos ensinamentos, não há como retroceder, somos todos afeitos à evolução, assim como a semente soterrada busca o sol, suas hastes e folhas o procuram em ascensão contínua, a cada vida, cada reentrada no plano físico, estamos melhores que em vidas passadas.

Essa é a lei, evoluir. Então, porque continuo errando em atitudes que já deveria ter ciência de que tal situação não me é mais cabível?

Onde está a coerência dos ensinos que eu tanto propaguei?

Sentimento que me leva a esta exposição é de que não fui e continuo a não ser um bom pai.

Quando se tem mais de um filho, não basta ser aferido apenas por um, é preciso ser o mesmo para todos. Isto é apenas uma das coisas que me faz examinar minha caminhada, mas não é a única que me assola.

Outras tantas questões do dia-a-dia têm se mostrado incoerentes.

É como se estivesse perdendo a mão para o momento do preparo do alimento.

Acabo por salgar ou adoçar demais.

Dirão, mas a mim me parece tudo bem, você é isso, você é assim, você é aquilo..., mas, apenas, mas.

Acontece que cada um sabe onde lhe aperta o calo e por melhor que seja o sapateiro, o molde sempre há de prescindir do ajuste. Ajustar-se, esta é a palavra.

Necessito ajustar-me às novas investidas do desiderato.

Certo é que, tenho conhecimento e consciência das faltas e me vejo ainda muito atrás dos que haja proporcionado alguma luz.

LuizcomZ
Enviado por LuizcomZ em 06/06/2023


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