Neste dia 14, ontem, estive com problemas técnicos no aparelho e não foi possível postar esta homenagem que todos os anos, todos, desde que começamos o namoro, eu sempre fiz algo, pessoalmente e no meu blog, quando isto começou a ser usado e surgiu a palavra internauta.
Em 1963, neste mês e dia 14, nascia a minha Rosa. Rose Mary Santos Campos, que, a partir de 19 de setembro de 1980, passou a ser conhecida como Rose Mary Campos de Campos. Era um sábado, dia 23 de setembro de 1978, na Rua Bandeira, Vila Carvalho, Campo Grande MS. Próximo das 19h28 minutos, uma menina, na época, com 14 anos, parou diante da mesa de som em que eu operava duas pick up’s, Garrard e Gradiente, era discotecário, nome usado antes para os DJs de hoje, outro nome que já era usado à época, mixador, justamente para mixar, juntar uma música a outra antes que a primeira terminasse por completo. Era preciso ouvido afinado para encaixar e não perder tanto o ritimo quando a sonoridade, volume e frequência. Eram os tempos dos embalos de sábado a noite, e as dancing estavam dominando, Studio 54, Papagaio Disco Clube, Hippopotamus, Ilha Porchat, entre outras, em Campo Grande haviam, Túnel, Chatanooga e Moenda. E, antes que eu levantasse a cabeça para me certificar que havia alguém falando comigo, ouvi a pergunta: - Você é o carinha do som? Esse também era um dos “apelidos” dos DJ’s de então. Foram as primeiras palavras que ouvi daquela boca de boneca, lábios grossos e desenhados à mão, tamanha sincronicidade com todo o rosto, olhos negros, redondos, enormes e fixos olhando em minha direção, sem mudar a postura e o olhar, repetiu a pergunta, - Você é o carinha do som?
A partir daquele momento tudo mudou, me perdi dentro daquele olhar, era como um labirinto, não encontrava a saída. Ainda assim, consegui responder que sim. Desse momento em diante nada mais fez sentido, dançamos durante boa parte da noite, coisa incomum, nunca nos misturávamos com os festejos a que erámos contratados. Mas, essa índia, era uma indiazinha em forma, cor e graça, me fez todo o resto ser deletado. Esqueci de tudo o que se relacionava comigo, inclusive minhas amizades foram colocadas em segundo e terceiro planos, meu amigo e sócio na época das disco’s, sentiu o afastamento. E descobri, 43 anos depois, que naquele dia, sábado, antes de ir fazer essa festa, eu saí da casa de minha namorada na época, sim, eu tinha uma namorada, e disse que era uma festa de 15 anos e que no domingo, à tarde, estaria no Colégio Osvaldo Cruz para a domingueira, uma discoteca que acontecia aos domingos em vários colégios. No domingo, fui para a discoteca, e lá, já com a Rose como convidada, fiquei sabendo que a minha namorada foi e eu simplesmente não me lembro de tê-la visto e sequer sabido que ela estava lá, sendo eu quem disse a ela que estaria no domingo naquele evento. Uma loucura, uma coisa completamente inexplicável do ponto de vista racional e emocional. A chave simplesmente virou. Começou um novo ciclo. E nem falei dos cabelos, na altura da cintura e num fio reto, sedoso, cintilante, sempre cheirosos, negros, como amei aquelas madeixas. E hoje, 14 de outubro, você está inteirando 60 anos ai no plano espiritual, desses, 43 anos, 4 meses e 10 dias, comigo. Um privilégio, minha amada e professora!
Grato!