Hoje é daqueles dias que estou fora de mim
Só o corpo ficou
O espírito vazou
Num desses dias nada me traz de volta
Perambulando de café em café
O passeio é lento
Apreciando cada gole
Ouvindo Albert Cummings
Não sei quem está na mesa ao lado
Nem sei se tem alguém naquelas mesas
A chuva veio e se foi
Deixando um mormaço ainda mais ardido
O cheiro do café me lembra que já chegou
Orfeu, café preto puro
Mas Aristóteles achava que ele não existiu
Talvez antes de Homero, talvez
Nas minhas andanças por dias como estes
Meu amor esvazia, minha dor não é sentida
Meu cansaço é por dentro
O peito arfa, a vista turva, os pés pesam
Mas o dia está lindo, para eles
Eles passam de um lado para o outro
Os caminhos se cruzam, mas não os vejo
Embora passem.
Agora, Vou Recomeçar, Flávia Wenceslau
Mas o plexo cardíaco ainda vacila.
Quando não ouço o toque, a ausência aumenta.
Quem explica?
Hoje é daqueles dias, cara de paisagem... Ou
A egypcia, como você ensinou!