Numa recente caminhada, como é o costume em manhãs ensolaradas, me deparei com a cena da foto que ilustra esta crônica.
Um balanço e um escorregador vazios.
Seguramente, em outros tempos haveria briga em volta desses dois brinquedos que tanto bem e alegria causavam às crianças, e, vez por outra, para não dizer sempre, em muitos adultos, principalmente em casais de namorados que contrariando as normas dos parques e mesmo da física, sentavam, um no colo do outro e como que embalando futuros sonhos, se demoravam numa eternidade para quem pretendia se balançar.
Cadê vocês, é o que devêm estar se perguntando ambos os brinquedos.
O smartphone é o preferido dos jovens e crianças de hoje, perfeitamente natural a escolha, no entanto, a imagem do balanço vazio é a mais fria e triste realidade que culmina na ausência de alguns sentimentos que muitos hoje não tem noção que estavam implícitos.
Esses brinquedos nos mostrava a ordenação, a vez era de quem chegava cedo no parque; a consideração, por mais que não queríamos sair do balanço, sabíamos que o amigo também tinha o mesmo direito, e que, portanto, no dia seguinte seria a nossa vez de esperar por tal gentileza; cooperação, para termos mais impulso, necessário era que o outro nos embalasse até atingirmos a altura desejada; conservação, era preciso não exagerar ou abusar do equipamento para que ele se mantivesse em condições de outros usarem e mesmo nós, retornando outras vezes; por fim, o maior ensinamento de todos, a paciência.
Era preciso ter paciência e saber aguardar sem querer furar a fila, e não adiantava dar carteirada, que aliás, nessas condições e tempo, não existia tal recurso.
imagino que se esses brinquedos falassem, perguntariam:
- Crianças, jovens, namorados, cadê vocês?
Por tudo isso, só nos resta dizer...
E nem vou falar dos carrinhos de algodão doce e das pipocas!
Bons tempos aqueles!