Neste dia, 23 de Julho de 1999, encontrei uma folha de sulfite A4 dobrada em 3 partes, fixada com fita adesiva a oração abaixo. Nela uma foto do Jesus Ocidental, por nós representado.
"Oi, Pai!
Tudo bom? Como vai ai em cima? Beleza né! Para mim Você reflete a paz, a bondade, o amor. Às vezes eu tô pensando em alguma coisa e a Sua imagem me vem na cabeça, Você me transmite uma energia positiva. Peço a Você que cuide de todos nós. seja pobre, rico, bom, mal, tanto faz, cuide bem de todos nós."
Esta prece, pela letra, penso que tenha sido o Elmer quem escreveu, se é dele ou copiado de alguém, só perguntando a ele.
No Conversa com Bial
>Bial questiona Mia Couto(¹) sobre se o ambientalismo vai chegar a se entender com o mercado. Sidarta Ribeiro(²) participa com sua opinião.
>MC Eu acho que é preciso sugerir aqui que as questões ambientais, os problemas ambientais neste ponto, não pedem soluções ambientais, é um grande risco pensar isto, pedem uma outra solução mais de fundo, pedem outro mundo, uma maneira de organizar a sociedade, a economia, senão, é como se nós ficassemos ali, acondicionados numa espécie de gueto, reclamando uma coisa que são as sobras, não são as pessoas comuns que dão origem aos grandes planos ambientais.
>B Mas ai você está falando de algo bastante profundo, de transformações bastante profundas...
>MC Estou falando gostaria que fosse assim, pois de outra maneira, ... agora nós estamos chegando a uma fase que não basta corrigir o excesso, é preciso pensar toda uma maneira como nós relacionamos com o mundo, com o recurso, já a palavra recurso é uma palavra horrivel, foi imprestada da economia, hoje você já chama os recursos florestais, uma floresta; ...
>B Tem recursos humanos...
>MC Exatamente, as pessoas são chamadas de recursos humanos, e aceitamos.
>B E como se dá esse repensar, Sidarta você trabalha com isso, tem as novas formas de pensamentos, tem alguma pista?
>SR Posso falar?
>B Claro, por favor!
>SR Estamos num momento crucial da história humana, nos próximos cinquenta anos, ou o mundo se concerta ou ele se acaba.
>SR Nossa capacidade de transfortmação é gigantesca, para o bem e para o mal; o problema é que a classe dominante não ilustrada, as elites não ilustradas do mundo, no seu afã de acumular, que é um afã de milhões de anos, eles estão destruindo o planeta de várias maneiras, não é destruir a mata, é destruir o povo que mora na mata, demarcação já; é destruir quem mora nas favelas, demarcação já.O índio é legal?, não, é muito mais do que isso, o índio cuida bem daquilo. É plurifauna e poliflora. Isso passa por umna crise que eu vejo de duas maneiras, pode caminhar pela morte ou pela dor.
>B Você fez o diagnóstico, mas e...
>SR Então, pela morte é quem se sente oprimido, lutar para desoprimir. Revolução francesa, cabeças rolaram. E pelo amor, são os ricos, os poderosos, se ilustrarem, descobrirem que mais vale amar do que ter. E para isso acontecer, a gente pode discutir aqui, qual é a maneira de uma pessoa passar por uma profunda transformação. Ela pode envolver a espiritualidade, pode envolver a poesia, a música, pode envolver os psicodélicos, que são os indutores de placidade neurail, tem gente com essa proposta, levar os milhonários egoístas para um,no meio da amazônia para tomar houasca e assim eles entendrem melhor... Sério, isso é um projeto, tem gente fazendo isso.
>B Tem gente fazendo isso e Sidarta é um deles, ele estuda isso, é bastante recente mas, que está de fato acontecendo. Você toparia uma experiência assim Mia?
>MC A possibilidade é boa... (com risos da platéia).
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(¹) Mia Couto, Moçambicano, nascido em Beira, é Biólogo e Escritor.
(²) Sidarta Ribeiro, Brasileiro, é Neurocientista e Escritor.
Veja a entrevista no link abaixo.
A. A. A. - Abrindo Agenda Antiga
Vez por outra gosto de voltar as páginas, sobretudo se for de uma das minhas muitas agendas, que as guardo com cuidado e emoção. Ler o que escrevi nessas páginas naqueles dias, quando seguramente a maneira de pensar e agir podem ter dado rumo diferente do que eu pretendia, mas que foram ditas, decisões concretizadas, posições firmadas, o que me trouxe até aqui.
Não poderia ser diferente, o diferente teria sido não dizer, não fechar, não definir, não realizar e ai seria o mesmo que não ser. Somos assim, cheios de coragem suficientes para o que se nos apresenta. Decidimos e pronto. Quando se percebe o rumo que as coisas tomaram, a palavra o vento levou, não volta mais.
Mas, de qualquer maneira nem tudo são revés, nem tudo que o vento leva e traz são derrotas e tristezas, as alegrias e conquistas são inúmeras, haja visto os dias. Queres maior conquista que um dia de cada vez? Só de acordar já é uma vitória.
Um desses dias foi no ano de 2000, 7 de Novembro. No dia 6 havíamos realizado em nossa casa uma pequena recepção para uns amigos especiais, lá compareceram, entre outros, Marta e seu sogro, Donias. Nessa noite falamos de muitas coisas, mas foi Donias quem deixou alguns recados bem interessantes de se abrir a agenda.
Assim falou Donias...
"... Não é uma questão de buscar, sim de entregar, não se pede, se doa. Amar é entregar-se!" - falando sobre o amor.
Low Batery
O dia começou como terminou a madrugada, arriado. Nada deu jeito. Uma carniça de preguiça. É a tal fadiga adrenal. Só tendo para entender. Nem a cabeça a gente consegue sustentar. Se não encostar, caia para um dos lados, frente, trás, esquerdo ou direito. Não adianta segurar, fica pior e com defeito. À noite, uma injeção de testosterona bioidêntica. Só fará efeito 24 horas após, pelo menos comigo é assim. Hoje estou melhor, e não posso abrir mão da academia. Suplementos só funcionam se houver exercícios físicos. Então, o jeito é arrumar as traias e rumar para a bendita. Vontade? Nenhuma. Quando chegar lá, aparece.
ANA BELINAT
Anoiteceu e você viajou, só isso.
Nossa amizade continua a mesma;
Irmãs que a vida escolheu e unio,
Nada pode nos separar.
Hoje, fico triste só por um segundo,
Amanhã, comeremos tamarindo no jardim celestial.
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Sua amiga irmã.
Rose Mary Campos de Campos
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